25 de agosto de 1961. O presidente do Senado Auro Moura lê a carta de renúncia do então presidente Jânio Quadros.
Passados apenas 7 meses do mandato, o ex-presidente renunciou na expectativa de um autogolpe, para voltar ungido pelos quartéis e pelo Congresso. O que nem de longe aconteceu. O ato foi o prenúncio do que aconteceria três anos depois.
A renúncia abriu uma nova crise na República. O vice-presidente João Goulart, o Jango, estava na China em uma visita diplomática. O mundo vivia em plena Guerra Fria, e o Brasil passava a ser alvo dos interesses dos Estados Unidos, como descreve o jornalista e ex-preso político Franklin Martins.
Os militares buscavam um estado de sítio para evitar a posse de Jango, que foi ameaçado de prisão tão logo pisasse no país.
Na época, as eleições para presidente e vice eram independentes. Jango defendia as bandeiras do trabalhismo de Getúlio Vargas e reformas de base; profundas mudanças na estrutura do país.
Leonel Brizola, na época governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango, iniciou uma campanha pela legalidade da posse do então vice-presidente, como explica o escritor Juremir Machado da Silva, professor da PUC do Rio Grande do Sul e biógrafo de Jango.
Um acordo no Congresso permitiu a posse de Jango, mas sem poderes, com a instalação de um inédito parlamentarismo. O novo presidente lutou por um plebiscito.
Com isso, em janeiro de 1963, 80% dos eleitores decidiram pelo presidencialismo, reformando a decisão do Congresso, e João Goulart pode, enfim, governar o país.
Jango buscou o apoio popular, principalmente entre trabalhadores, camponeses e militares de baixa patente para suas reformas de base: bancária, tributária, administrativa, universitária, eleitoral, urbana e agrária.
Nesta terça-feira, vamos falar como o golpe dos militares se afirmou no país.
A Rádio Nacional apresenta a série Memória e Verdade: 60 anos do golpe de 1964 com cinco episódios. As matérias serão publicadas de 1 a 5 de abril. Essa é o primeiro da série.
Confira todos os episódios da série
Jânio Quadros renuncia a presidência em agosto de 1961, abrindo uma crise na república. Militares tentam impedir a posse do vice-presidente, João Goulart. Uma manobra no Congresso cria o sistema parlamentarismo, derrotado por um plebiscito em 1963. O golpe estava em gestação. |
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Enquanto o ex-presidente João Goulart defendia reformas estruturais no país, militares planejavam o golpe de estado com apoio dos Estados Unidos. A ruptura foi efetivada com as tropas do general Olímpio Mourão chegando ao Rio de Janeiro em 1º de abril de 1964. |
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A tomada de poder pelos militares resultou em todo tipo de restrição civil e de violência. Políticos cassados, o Congresso fechado, novos ministros do STF indicados. Milhares de presos, torturados e mortos. Ditadores governam por atos institucionais autoritários. |
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Com os horrores da ditadura, a sociedade passa a exigir a volta da democracia. A esquerda se dividiu formando algumas organizações clandestinas que buscaram uma resistência armada. A democracia foi reconquistada apenas com a Constituição de 1988. Mesmo assim, a justiça nunca foi realizada. |
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Após 60 anos do golpe militar, a transição democrática continua incompleta no Brasil. Pesquisadores, professores, ativistas e ex-presos políticos falam sobre a lição da ditadura para a democracia atual brasileira. |
Por dentro da série
A série Memória e Verdade resgata diferentes momentos dos 60 anos de golpe de Estado no país.
Reportagem | Gésio Passos |
Sonoplastia | Jailton Sodré |
Edição do especial | Daniela Loguinho |
Edição Radioagência e implementação web | Leyberson Pedrosa |
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