Alerta de chuvas intensas precisa "melhorar muito", diz especialista

Publicado em 06/05/2024 - 14:35 Por Priscilla Mazenotti - repórter da Rádio Nacional - Brasília
Atualizado em 08/05/2024 - 17:12

Os alertas de chuvas intensas no Rio Grande do Sul começaram no final de abril. Na Bacia do Taquari, região que já tinha sido fortemente atingida pelos temporais de setembro passado, o primeiro aviso da Defesa Civil veio no dia 30, mas apenas como “alerta de inundação”.

Somente na quinta-feira passada, dia 2, que as autoridades cravaram: Rio Taquari em inundação severa com extremo risco à vida. E foi determinado que as pessoas buscassem abrigo em locais seguros. Naquele dia, foram pelo menos 30 mortos e 60 desaparecidos.

Essa já é considerada a maior cheia dos últimos 80 anos. Mas, segundo professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Leandro Torres Di Gregório, não dá para dizer que foi uma surpresa.

“Isso aí é um cenário conhecido dos órgãos de monitoramento de alerta da Defesa Civil. Então, temos que planejar para fechar todas essas lacunas, todas essas brechas, que ainda dão margem a acontecer em falhas, morrerem pessoas”.

Segundo o especialista em desastres, a enchente de setembro passado seria uma oportunidade para se pensar numa estratégia voltada aos diversos cenários: prevenção, redução de riscos, reforço de estruturas como pontes, estradas e diques e um estudo do perigo.

“O que embasa qualquer plano relacionado à desastres é o estudo do perigo. Que que é o perigo? Eu tenho que fazer estudos de engenharia que mostrem, pra diferentes cenários de chuva, qual vai ser o efeito disso em termos de inundações, principalmente no caso do Rio Grande do Sul. A partir disso, eu ter uma noção mais clara de quais áreas da cidade vão se alagadas; qual é a altura da lâmina d’água, para cada cenário; a velocidade da água, que são coisas que condicionam fortemente os danos humanos, principalmente. Esse estudo é fundamental e baliza todo o resto”.

Além disso, segundo o especialista em desastres, é fundamental ter um plano de monitoramento, alerta e desocupação emergencial; e a população também precisa ser orientada.

“O alerta precisa melhorar muito, em termos de precisão, em termos de fornecer as informações com o máximo de detalhes possível, para que as pessoas possam se planejar. Eu preciso saber se vou ficar com água na canela, água na cintura ou vai cobrir minha casa. As medidas que eu tenho que tomar de autoproteção e também a defesa civil, são completamente diferentes, dependendo do cenário”.

Ainda este mês, um novo sistema de alerta de alagamentos e deslizamentos deverá ser lançado. Com orientações mais específicas para a população. Em abril, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, já tinha dito que será um plano de contingência para que as autoridades e a população possam responder mais rapidamente às ocorrências.

Enquanto isso, seguem os trabalhos de resgate e de ajuda às cidades atingidas no Rio Grande do Sul. Para esta segunda-feira (6), permanece o alerta vermelho – muito alto de risco hidrológico, ou seja, novas chuvas. Praticamente em todo o estado, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre, no Noroeste, Nordeste, Sudeste e Centro do estado.

Edição: Samia Mendes / Fran de Paula

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