O IBGE apresentou, pela primeira vez, dados específicos sobre os quilombolas, como faixa etária e sexo. De acordo com o Censo Demográfico 2022, essas populações possuem perfil mais jovem do que o observado na restante dos brasileiros, com quase 49% dos quilombolas na faixa etária abaixo de 29 anos, e cerca de 39% com idade entre 30 e 59 anos. Os idosos acima dos 60 representam 13%.
Apesar do perfil mais jovem, os pesquisadores do IBGE observam que a base da pirâmide etária vem reduzindo. Abaixo dos 15 anos, as faixas registram populações decrescentes. Isso indica uma possível queda gradual da fecundidade nos últimos 15 anos.
Martha Antunes, pesquisadora do IBGE, resume os principais resultados da pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (3).
“A gente tem um perfil mais jovem dentro dos territórios quilombolas. A gente identifica também que, quando olha pros territórios quilombolas oficialmente delimitados, é uma população com maior peso de homens em relação às mulheres, até a faixa de 74 anos de idade”.
Os dados também mostraram que os quilombolas estão distribuídos por 1,7 mil municípios, em um total de pouco mais de 1,3 milhão pessoas. A Região Nordeste concentra 68,1% deles.
Já em relação ao sexo, há 100,08 homens para cada 100 mulheres. De acordo com os pesquisadores, uma hipótese para esse resultado é uma menor mortalidade masculina. Eles também sugerem a realização de pesquisas sobre a mortalidade materna e a migração de mulheres para outras localidades.
A diretora de pesquisas do IBGE Elizabeth Hipolyto destaca a importância dos dados.
“Essas informações são fundamentais para que os gestores possam tomar medidas, formular políticas públicas adequadas. E, mais importante ainda pra sociedade, acompanhar essas políticas, demandar, cobrar desses gestores as políticas necessárias”.
O IBGE apresentou, ainda, dados referentes às populações indígenas. De acordo com o estudo, pouco mais de 56% dos indígenas do país tem menos de 30 anos. Quando considerados apenas os residentes em terras demarcadas, o percentual sobe para quase 70%.
As estatísticas indicam também que, dentro das terras indígenas, todas as faixas etárias até os 69 anos registram predomínio de homens.
* Com informações da Agência Brasil