Morreu nesta segunda-feira (12) o ex-ministro da Fazenda da ditadura militar, Antonio Delfim Netto, aos 96 anos de idade.
Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 5 deste mês, e faleceu por complicações de saúde. De acordo com a assessoria do economista, o enterro será restrito à família. Delfim Netto deixa filha e neto.
Ele assumiu o Ministério da Fazenda em 1967 e ficou no cargo até 1974, período do “milagre econômico”, com altas taxas de crescimento do país.
Em 68, ele foi uma das pessoas que assinaram o Ato Institucional número 5, o mais duro do golpe militar, que suspendeu direitos e garantias dos brasileiros.
Delfim também foi embaixador do Brasil em Paris, deputado federal por 20 anos e escritor.
Em nota, o presidente Lula disse que o Brasil perdeu, em pouco tempo, duas referências na economia: Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares. Afirmou que os dois deixaram legado de grande inteligência e erudição para futuras gerações de economistas e homens públicos.
O presidente lembrou que criticou Delfim Netto por 30 anos, mas que, em 2006, pediu desculpas a ele, porque Delfim foi um dos maiores defensores das políticas de desenvolvimento e inclusão social dos primeiros mandatos de Lula. Delfim, inclusive, participou da elaboração das políticas econômicas daquele período.
Também em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que Delfim Netto foi um referencial em diferentes fases da história do país. Por décadas, fomentou debates essenciais sobre a condução da política econômica brasileira.