logo Radioagência Nacional
Internacional

Padilha: Brasil é mediador e só fala sobre Venezuela depois das atas

Postura é decisiva para o país se manter como mediador, diz ministro
Baixar
Gabriel Corrêa
31/07/2024 - 13:51
São Luís
Brasília (DF) 31/07/2024 O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participa do programa Bom Dia, Ministro  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

É necessário  ter noção do tamanho e da importância regional do Brasil, no cenário internacional, para entender que postura do país é decisiva para se manter como um mediador da situação na Venezuela, após as eleições por lá do último domingo. A afirmação é do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no programa “Bom dia, ministro” da EBC.

"A postura do Brasil é decisiva, foi decisiva para ter eleições na Venezuela, foi decisiva para que a oposição pudesse participar das eleições. O Brasil tem sido um mediador desde o começo com outros países e essa é a postura que um presidente da República tem que ter".

Alexandre Padilha destacou que o Brasil tem conversado com Estados Unidos, México e Colômbia sobre o assunto e não deve se precipitar na tomada de posição. O ministro ressaltou que o Governo só deve se pronunciar, após a divulgação das atas eleitorais detalhando os resultados da eleição.

"O Brasil vai entrar e participar -  com postura firme - para ajudar, junto com outros países, como México, Colômbia, os próprios Estados Unidos, para que você tenha solução, inclusive, de pacificação naquele país. Foi essa postura do Brasil que ajudou, inclusive, a ter o processo eleitoral (...)  A postura do governo brasileiro é se pronunciar depois que forem divulgadas as atas detalhando os resultados do processo eleitoral".

Na manhã desta quarta (31), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu para que o governo venezuelano permita a verificação "transparente" da contagem de votos das atas, sob supervisão de todas forças políticas nacionais e também internacionais.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Nicolás Maduro teve 51% dos votos e foi reeleito para um terceiro mandato de 6 anos. Seu opositor, o ex-diplomata Edmundo González, teve 44%.

Desde que a oposição questionou os resultados oficiais, o número de mortos em protestos nas ruas subiu para 11 pessoas, de acordo com a Agência Reuters. O grupo de direitos humanos Foro Penal contabiliza mais de 300 pessoas detidas e informou que alguns já foram liberados.

Na terça-feira (30), o Observatório internacional norte-americano, Centro Carter, publicou que a Venezuela não cumpriu os padrões internacionais de integridade eleitoral em nenhuma fase e violou as próprias leis nacionais. Em razão disso, as eleições do último domingo, segundo a entidade, "não podem ser consideradas democráticas." No dia do pleito, observadores da ONG estiveram em locais de votação.

Na manhã desta quarta, o site da autoridade venezuelana sobre eleições, o Conselho Nacional Eleitoral, continuava fora do ar pelo terceiro dia. O órgão ainda não publicou as atas das mais de 30 mil mesas de votação.

 

x