
O Exército do Irã informou ter atacado uma base americana no Catar, nesta segunda-feira (23), em retaliação ao ataque dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas, ocorrido no último sábado (21).
Segundo a agência de notícias Reuters, o Irã comunicou ao governo norte-americano e as autoridades do Catar, sobre a ação por meio de canais diplomáticos horas antes do ataque. Explosões foram ouvidas em toda a capital, Doha, após a ameaça de Teerã.
O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã afirmou, em comunicado, que as Forças Armadas da República Islâmica do Irã “destruíram a base aérea americana de Al-Udeid, no Catar”. Por outro lado, autoridades americanas disseram que nenhum militar foi morto ou ferido no ataque.
Segundo o informe iraniano, o número de mísseis usados teria sido o mesmo que o de bombas lançadas pelos Estados Unidos para atingir as instalações nucleares do Irã. No sábado, os ataques aéreos sem precedentes dos Estados Unidos lançaram 14 bombas anti-bunkers de 13 toneladas cada contra o programa de enriquecimento de urânio iraniano.
O ministro da Defesa do Catar disse à emissora de TV Al Jazeera que suas defesas aéreas interceptaram mísseis direcionados à base aérea de Al-Udeid, a maior instalação militar americana no Oriente Médio.
Fundada em 1996, estima-se que a base americana no Catar abrigue 10 mil funcionários, entre civis e militares.
Em meio às ameaças, o Catar e o Bahrein — outro país do Golfo Pérsico — fecharam o espaço aéreo. O Kuwait também suspendeu voos em decorrência dos novos acontecimentos na região.
Além disso, a base aérea americana de Ain al-Asad, no Iraque, ativou seu sistema de defesa aérea devido à preocupação com um possível ataque, segundo fontes militares ouvidas pela Reuters.
Nesse domingo (22), o governo brasileiro expressou grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condenou os ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares.
O comunicado do Itamaraty ressalta que “qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica”, além de constituir uma “grave ameaça à vida e à saúde da população civil”.
O governo reiterou sua posição histórica em favor do uso “exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos” e afirmou ainda rejeitar “com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio”.
*Com informações de Agência Reuters





