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Justiça

Operação no Rio investiga envolvimento de policiais em milícia

Os Intocáveis II
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Raquel Júnia
30/01/2020 - 09:42
Rio de Janeiro

Acusados de integrarem uma milícia que atua em Rio das Pedras, Muzema e outras comunidades da na zona oeste da capital fluminense, são alvo de uma operação deflagrada pelo Ministério Público do estado do Rio nesta quinta-feira (30).

 

A operação chamada de Os Intocáveis II tem o objetivo de cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra 45 pessoas, entre eles agentes das polícias militar e civil. A ação acontece também no Piauí, onde quatro denunciados residem.

 

Segundo o Ministério Público, os alvos dos mandados são acusados de vários crimes como grilagem, construção, venda e locação de imóveis, posse e porte ilegal de arma de fogo, extorsão de moradores e comerciantes com a cobrança de taxas referentes a serviços prestados, ocultação de bens adquiridos por meio de laranjas, pagamento de propina a agentes públicos, entre outros.

 

A investigação apontou que eles praticavam coação armada nas localidades e contavam também com a participação de agentes públicos da ativa e aposentados especialmente da Polícia Militar e da Polícia Civil para manterem as atividades ilegais.

 

Os policiais acusados, lotados na 16ª Delegacia de Polícia Civil, na Barra da Tijuca, e nos 18º Batalhão de Polícia Militar, na Freguesia e no 31º, no Recreio, tiveram também requerida a prisão preventiva, além da medida cautelar de suspensão do porte de arma e do exercício da função.

 

Ainda de acordo com o Ministério Público, um dos policiais agora acusados, teve muitas trocas de diálogo por meio do celular com o policial Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

 

A troca de mensagens teria sido identificada na Operação Lume, que prendeu Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, em março de 2019, ambos apontados como executores do crime. Nas mensagens, o policial é chamado de “o amigo da 16” em referência a delegacia na qual está lotado.

 

Um servidor público do município, da Fundação Parques e Jardins, também foi denunciado por ter solicitado propina para acelerar um processo de interesse da organização.

 

Segundo o Ministério Público, a ação é um desdobramento da operação Os Intocáveis I realizada em janeiro de 2019, quando foram denunciadas 13 pessoas por organização criminosa.

 

O material apreendido na fase 1 da operação permitiu identificar os outros participantes alvo da ação desta quinta-feira (30). A denúncia, com requerimento de prisão e as demais medidas cautelares, foi apresentada à 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital.

 

* Texto alterado às 11h30 de 30/01/2020 para correção da data em que foi realizada a operação Os Intocáveis I, para janeiro de 2019 e não do ano de 2018. 

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