TRE tem maioria para tornar Crivella inelegível; julgamento é suspenso
A maioria dos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro votou a favor da perda dos direitos políticos do prefeito Marcelo Crivella. Esse foi o resultado do primeiro dia de julgamento das ações contra o prefeito, nesta segunda-feira. O julgamento será concluído na quinta-feira.
Crivella é alvo de ações que pedem sua inelegibilidade até 2026 por sua participação em dois eventos realizados em 2018.
O primeiro deles seria uma reunião com lideranças religiosas no Palácio da Cidade para oferecer facilidades e benefícios para seus seguidores, que ficou conhecida como “Café da Comunhão” ou caso Fala com a Márcia (servidora de carreira da prefeitura).
O outro evento foi um comício na quadra da escola de samba Estácio de Sá que, de acordo com as denúncias, foi usado para apresentar candidatos para servidores da Companhia de limpeza urbana, entre eles, o próprio filho do prefeito, Hodge Crivella. O aluguel para usar o espaço teria sido pago pela prefeitura.
Após nove meses de investigação, a CPI do Sistema de Centrais de Regulação, mais conhecida como CPI da Márcia, concluiu que houve falta de provas contra o prefeito Marcelo Crivella.
O evento na Estácio de Sá resultou na CPI da Comlurb, porém a Câmara de Vereadores não formalizou uma representação contra o chefe do Executivo.
No julgamento desta segunda-feira, o relator, Cláudio Dell'Orto, afirmou que não cabe a cassação de Crivella nesses casos, mas deu prosseguimento às acusações de abuso de poder político e conduta vedada.
Ainda que perca, Marcelo Crivella pode recorrer da decisão. O prefeito é candidato à reeleição e pode concorrer ao cargo até que todos os recursos estejam esgotados.
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