MPF apresenta nova denúncia contra Wilson Witzel
O Ministério Público Federal apresentou nova denúncia contra o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do PSC, por organização criminosa.
A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que assina a peça, afirma na denúncia que o grupo atuou nos mesmos moldes de organizações criminosas que envolveram os últimos dois ex-governadores do estado, com a estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos: econômico, administrativo, financeiro e político. Além de Witzel, também foram denunciados a primeira-dama do estado Helena Witzel, o presidente do PSC, Pastor Everaldo e outras sete pessoas.
A subprocuradora afirma que a compreensão do funcionamento do esquema criminoso foi possível graças às investigações iniciadas com a Operação Favorito, que resultou na prisão do empresário Mário Peixoto e de seus operadores financeiros.
Lindôra Araujo afirma que, na área da saúde, o grupo instituiu uma espécie de ‘caixinha’ para pagamentos de vantagens indevidas aos agentes públicos da organização criminosa, principalmente por meio do direcionamento de contratações de organizações sociais e na cobrança de um ‘pedágio’ sobre a destinação de restos a pagar aos fornecedores”.
E que somente com esse esquema ilícito, o grupo queria arrecadar quase R$ 400 milhões de valores, ao final de quatro anos, com a cobrança de 5% de propina de todos os contratos.
Ainda de acordo com a denúncia, o governador afastado teve participação ativa em todos os fatos narrados, loteando os recursos públicos em prol da organização criminosa, recebendo vantagem ilícita e lavando dinheiro a partir do escritório de advocacia da primeira-dama.
A denúncia afirma também que o grupo teria iniciado as atividades em 2017, com a cooptação de Witzel para concorrer ao governo e que ele teria recebido, ainda quando era juiz federal, quase R$ 1 milhão.
Witzel se manifestou em uma postagem na sua conta no Twitter. No texto ele reafirma sua idoneidade e que seu patrimônio, uma casa no Grajaú, na zona norte do Rio, é fruto do seu trabalho.
Até o fechamento da matéria, a reportagem não conseguiu contato com as defesas dos demais citados na ação.