Uma funcionária terceirizada da Universidade Federal do Espírito Santo, vítima de homofobia, deverá ser indenizada em R$ 10 mil. A decisão da Justiça do Trabalho tem como alvo a empresa Agile Empreendimentos e Serviços Eireli, que presta serviços de limpeza para a UFES.
De acordo com a ação, Tamyris Merilho foi alvo de agressões verbais pelo chefe por ser homossexual e teria sido demitida por esse motivo.
Na sentença, testemunhas relataram que o supervisor da empresa jogava indiretas sobre sua orientação sexual e lia a bíblia no local de trabalho para reforçar a defesa de que “Deus fez a mulher para o homem”.
O supervisor também teria sido racista e gordofóbico, de acordo com relato de testemunha, que afirmou que ele deixava claro para todos que “não gostava de negra, gorda e homossexual.”
Na sentença, a juíza Anielly Menezes Silva afirma estar convencida, de que Tamyris foi vítima de agressões morais e discriminação em razão da sua orientação sexual e que a dispensa do emprego teve relação com o fato.
Tanto a vítima quanto a empresa ainda podem recorrer da decisão. Evani dos Santos Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Prestadoras de Serviços de Asseio e Conservação do Espírito Santo, autor da ação, informou que vai pedir o aumento da indenização.
A reportagem não conseguiu contato com a Agile Empreendimentos e Serviços Eireli. Na ação, a defesa da empresa Agile Empreendimentos e Serviços Eireli negou os fatos, afirmando que a trabalhadora sempre foi respeitada e jamais foi questionada a respeito de sua sexualidade.
Em nota, a Universidade Federal do Espírito Santo informou que vai realizar uma apuração interna para verificar se a empresa poderá sofrer alguma sanção. A nota também reafirma o compromisso da UFES com o respeito à diversidade e repúdio a qualquer prática de homofobia.
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