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Justiça

Elon Musk ataca soberania jurídica do Brasil, dizem especialistas

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Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional
09/04/2024 - 17:20
Brasília
O bilionário Elon Musk participa de testes da SpaceX
© Reuters/Divulgação

Os ataques ao Supremo Tribunal Federal do bilionário Elon Musk, dono da rede social X, antigo Twitter, e a ameaça dele de não atender às determinações da Justiça podem ser consideradas afrontas à soberania brasileira, na avaliação de especialistas.

O pesquisador em Ciência Política Alexandre Gonzalez, da Coalizão de Direitos na Rede, diz que ignorar uma ordem judicial seria desrespeitar um dos braços do nosso Estado que é o Poder Judiciário. E que o empresário e a rede social X não agem dessa forma na Europa."Na Europa, a empresa segue os procedimentos e se manifesta nas instâncias dentro dos procedimentos, aqui não. Aqui a empresa também pode fazer isso, como imagino que tenha feito de certa forma, na medida em que é levada à Justiça. Mas agora, excepcionalmente, a figura do proprietário decide iniciar um ataque reproduzindo um discurso típico da extrema direita em país". 

O advogado especialista em Direito Digital, Alexander Coelho, explica que as empresas estrangeiras que oferecem serviços digitais no país devem seguir as regras locais. "No direito digital, a Lei diz que se você oferece um serviço em formato digital para usuários de outro país, deverá respeitar e cumprir as determinações legais daquele país onde você oferece o serviço. Então desobediência às ordens judiciais pode ser interpretadas como violação da soberania jurídica do Brasil". 

O governo federal negou, nesta terça-feira (9), que poderia rever contratos com a empresa Starlink, que é de propriedade de Elon Musk.

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que o ministro Paulo Pimenta jamais falou em rever contratos com a Starlink ou qualquer empresa de comunicação. E que, em conversa com jornalistas, ele sequer mencionou a Starlink.

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