logo Radioagência Nacional
Justiça

Samarco, Vale e BHP são condenadas por propaganda desrespeitosa

Baixar
Carolina Pessoa - repórter da Rádio Nacional
07/08/2024 - 18:35
Rio de Janeiro
Agência Brasil 30 Anos - Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais
© Antonio Cruz/ Agência Brasil

R$ 56 milhões. Este é o valor a pagar, pela Samarco e suas duas acionistas - Vale e BHP Billiton, por danos materiais e morais envolvendo uma campanha publicitária sobre as medidas reparatórias da tragédia ocorrida na bacia do Rio Doce, em 2015, na cidade de Mariana, Minas Gerais. 

A condenação da Justiça Federal também atinge a Fundação Renova, entidade que foi criada poucos meses após a tragédia para gerir todas as ações de reparação de danos, quando as mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo firmaram um acordo de reparação que ficou conhecido com Termo de Transação e Ajustamento de Conduta.

O rompimento da barragem em Mariana deixou 19 mortos e gerou impactos para populações de dezenas de cidades, com questionamentos judiciais até hoje.

De acordo com a decisão, assinada pelo juiz Vinícius Cobucci, a campanha publicitária criou uma narrativa fantasiosa e demonstrou falta de respeito em relação às vítimas e à sociedade brasileira.

Ainda segundo o juiz, as peças veiculadas pela entidade “tentam romantizar a reparação, são destinadas à autopromoção e relativizam o sofrimento dos atingidos”.

Além de pagar R$ 56 milhões, as mineradoras e a Fundação Renova deverão realizar uma contrapropaganda, com novas peças trazendo esclarecimentos sobre tópicos presentes nas publicidades que foram considerados incorretos, inverídicos ou imprecisos.

Procurada, a Fundação Renova afirmou que atua nos limites do Termo de Ajustamento de Conduta e que apresentará recurso contra a decisão. A Samarco informou que se manifestará sobre o assunto apenas nos autos do processo. A Vale e a BHP Billiton não se posicionaram.

x