A taxa de crescimento de emissão de gases de efeito estufa diminuiu de 2,1% na primeira década deste século para 1,3% no período entre 2010 a 2019. Mesmo assim, as emissões atingiram os níveis mais altos da história, e não será possível limitar o aquecimento global se não houver reduções imediatas e profundas em todos os setores. É o que aponta a sexta edição do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, lançado nesta segunda-feira pela ONU.
Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, o panorama revelado pelo Painel aponta para um rápido desastre climático, com cidades debaixo d’água, ondas de calor sem precedentes, grandes tempestades, falta de água generalizada e a extinção de 1 milhão de espécies de plantas e animais.
Guterres alerta para a necessidade de mais investimento na energia verde ao redor do mundo, e que é preciso triplicar a velocidade da mudança para matrizes limpas.
O documento destaca que, entre 2010 e 2015, 43 dos 166 países conseguiram aumentar o PIB, Produto Interno Bruto, mesmo com emissões de gases estabilizadas ou reduzidas. Foi o caso dos Estados Unidos e alguns países da União Europeia. Mas, a redução anual de emissões nesses locais foi superada pelo crescimento delas em outras partes do mundo.