Com 252 votos a favor, 227 votos contra e uma abstenção, o governo conseguiu aprovar o texto base da Medida Provisória 665, que estabelece novas regras para acesso ao seguro-desemprego, auxílio financeiro a pescadores na época do defeso e o abono salarial.
O cálculo inicial do governo é de que as alterações vão gerar economia de R$ 18 bilhões de reais dos gastos públicos.
A MP foi aprovada com modificações do Projeto de Lei de Conversão da Comissão Especial do Congresso responsável pela análise da proposta.
Apesar da vitória, a votação causou constrangimento à base e atrito entre o PMDB e PT. O deputado Leonardo Picciani, líder do bloco parlamentar formado pelo PMDB e outros cinco partidos, chegou a anunciar pela manhã que a MP não seria votada.
Depois do PT fechar questão, o líder do bloco reviu a posição mas assinalou as dificuldades de votar uma medida impopular.
A vitória do governo ocorreu após um debate de mais de seis horas no Plenário da Câmara, em sessão tumultuada, interrompida após manifestantes da Força Sindical atirarem das galerias notas falsas de US$ 100 com fotos estampadas da presidenta Dilma, do ex-presidente Lula e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Além da manifestação, durante a sessão houve desentendimento entre parlamentares da base aliada e da oposição. A deputada Jandira Fegali (PCdoB do Rio) queixou-se de agressão ao tentar interromper discussão entre congressistas.
A reclamação da deputada foi ironizada pelo deputado Alberto Fraga (DEM do DF) com frase considerada machista por parlamentares de diferentes partidos. O atrito entre os parlamentares ajudou no movimento de obstrução da oposição.
A MP foi aprovada com dois destaques, e ficou para a sessão desta quinta-feira (7) a votação de outros cinco destaques e duas emendas aglutinativas.
