Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram nesta quinta-feira (26) mandados de prisão preventiva contra três suspeitos de corrupção, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro, em suposto esquema montado no governo do Tocantins. Foram detidos o ex-governador do estado, Marcelo Miranda, além do pai e do irmão do político. Ele foi eleito governador por três vezes, sendo cassado por duas vezes.
Além das prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. Denominada de operação 12º trabalho, a polícia informa que este é um desdobramento de outras cinco operações, iniciada com a operação Reis do Gado, deflagrada ainda em 2016.
A polícia afirma que mesmo após as primeiras investigações, o grupo continuava praticando crimes como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e uso de laranjas para esconder patrimônio.
A investigação aponta para uma suposta organização criminosa formada pelo ex-governador, o pai e o irmão dele. O esquema funcionaria com o pagamento de propina em troca de contratos com o Poder Público.
As atividades econômicas envolvidas vão desde fazendas agropecuárias, passando pela compra de aeronaves, até empresas de engenharia e construção civil.
Segundo cálculos dos investigadores, a suposta organização criminosa teria causado prejuízos de mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos.
O nome da operação faz referência ao 12º Trabalho de Hércules, que consistia em capturar Cérbero, o cão de três cabeças da mitologia grega. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do ex-governador, mas não obteve retorno até o momento.