Na opinião de representantes de entidades de auditores e de servidores fiscais, que participaram de um seminário na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (4), a reforma tributária não reduz as desigualdades sociais porque a proposta em discussão no Congresso Nacional simplifica a tributação do consumo, mas falha na taxação da riqueza.
Para o presidente do Sindifisco Nacional, Isac Falcão, a proposta não resolve a concentração de riqueza gerada pelo atual sistema tributário.
Também participou do evento Sara Perret, que é chefe da divisão de Impostos de Renda e Propriedade do Centro de Política e Administração Tributária da OCDE. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico é um grupo de 38 países que trocam informações visando o desenvolvimento econômico.
Segundo ela, o peso do imposto de renda de pessoa física nas receitas do Brasil é de apenas 10%, contra 23% na OCDE.
Sara explicou ainda que a alíquota máxima do imposto de renda no Brasil, atualmente em 27,5%, é baixa e aplicada a um baixo nível de renda. Além disso, há muitos benefícios para as famílias mais ricas.
Vamos ouvir a explicação da representante da OCDE na voz da tradutora oficial do evento.
A representante da OCDE acrescentou que a classe média tem a carga tributária aumentada por causa da inflação e pela falta de indexação da tabela do imposto de renda. Na organização, 17 países fazem o ajuste automaticamente, diferente do Brasil.