A Polícia Federal deve incluir trechos do discurso feito, no ato deste domingo (25), pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, na investigação que apura a tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.
Durante a manifestação em São Paulo, Bolsonaro admitiu a existência de uma minuta de texto que daria sustentação ao golpe de estado, com a decretação de estado de sítio, prisão de parlamentares e de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Fontes da Polícia Federal confirmaram à EBC, Empresa Brasil de Comunicação, que o discurso deve integrar a investigação.
Bolsonaro ainda criticou ações do STF e pediu anistia aos condenados pelos ataques às sedes do Supremo, Congresso e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023. Ele chamou os terroristas de aliados.
Neste domingo, milhares de apoiadores de Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Minas Gerais, Romeu Zema, e de Santa Catarina, Jorginho Melo, e de Goiás, Ronaldo Caiado, também participaram do protesto.
A Polícia Federal apreendeu a minuta de tentativa de golpe de estado na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, e na sala do ex-presidente no escritório do PL, em Brasília. A minuta também foi citada nas delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência da República.
Faz parte da investigação ainda um vídeo da reunião da alta cúpula do governo federal, em 5 de julho de 2022, meses antes da eleição. Bolsonaro cobrou dos presentes a disseminação de informações falsas sobre fraudes nas eleições.
Na ocasião, o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno, defendeu que era preciso agir antes das eleições presidenciais de outubro daquele ano para garantir a permanência de Bolsonaro no comando do país.
Jair Bolsonaro já está inelegível até 2030 por abuso de poder econômico nas eleições conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral.