48% mortes por Covid-19 no Rio de Janeiro são de pessoas negras

Fiocruz também indica aumento da doença em bairros sem favelas

Publicado em 23/11/2020 - 18:21 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz revela que a população negra, no Rio de Janeiro, é a mais atingida pela Covid-19. Os dados do segundo boletim socioepidemiológico Covid nas Favelas, publicado neste mês pela Escola Nacional de Saúde Pública, mostra que 45% dos pacientes que tiveram Covid-19 são negros, e quase metade das mortes pela doença, 48%, foram de pessoas negras. O levantamento mostra também que nos bairros da capital sem favelas, a taxa de incidência de Covid entre os negros é duas vezes maior do que na população branca.

O estudo analisa a situação nas favelas da capital a partir dos dados oficiais da prefeitura e os cruza com os dados populacionais e cartográficos do Instituto Pereira Passos, além da contribuição de interlocutores dos próprios espaços populares. Os dados consolidados foram do período de 22 de junho a 28 de setembro.

Diferente do primeiro boletim, que analisou os casos de março a maio, houve uma melhora no preenchimento das informações sobre raça-cor nas notificações de Covid, o preenchimento passou a ser de 85% contra 55% no primeiro levantamento.

No entanto, o estudo chama atenção também para uma série de problemas que impedem o diagnóstico exato da situação, como a baixa testagem da população que vive nas favelas e o fato de muitas ruas e vielas, nesses locais, não terem CEP – e o município do Rio apresentar os dados da cidade por CEP.

A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Bianca Leandro explica o que os dados levantados apontam também com a qualidade de vida está relacionada com a prevenção.

Na comparação entre o primeiro e o segundo boletins, os pesquisadores identificaram aumento da taxa de incidência de Covid-19 nos bairros sem favelas, já nos bairros com alta concentração de favelas, o cenário acompanha a redução de casos no município como um todo.

Entre os bairros com maior aumento está o Centro, o que, segundo os pesquisadores, pode ser resultado da abertura das atividades econômicas associada às condições de vida de quem mora na região, em cortiços ou ocupações com alta concentração de moradores.

O segundo boletim mostra também que, no período analisado, a maior taxa de mortalidade por Covid estão nos bairros da zona oeste da cidade que, apesar de terem baixa concentração de favelas, tem áreas empobrecidas e baixa oferta de serviços públicos urbanos.

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