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Saúde

Covid: estudo aponta que 50% de infectados apresentam perda de memória

Conclusão é de uma pesquisa da USP com 425 pacientes
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Daniel Ito - Repórter da Rádio Nacional
09/02/2022 - 19:52
Brasília
Brasília - Adolescente da Escola de Meninos e Meninas do Parque, que atende moradores de rua, diz que sofreu violência por parte da polícia durante a Copa das Confederações (José Cruz /Agência Brasil)
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Pelo menos, metade das pessoas que contraem covid-19 moderada e grave apresenta problemas de memória e déficit cognitivo após a doença.

A conclusão é de um estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, a Universidade de São Paulo.

A pesquisa foi realizada com pacientes que se internaram por covid-19 no Hospital Universitário da USP entre o fim de 2020 e o início de 2021. O estudo apontou que 51% dos pacientes apresentaram alguma perda de memória após a infecção, e levaram o dobro do tempo médio para completar testes cognitivos. Outros 13% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. 15,5% por cento apresentaram transtorno de ansiedade generalizada, sendo que em mais da metade dos casos, o problema surgiu pos-covid.

Os pesquisadores da USP afirmam que o estudo é, provavelmente, a maior avaliação realizada em todo o mundo para identificar os efeitos psiquiátricos do vírus sars-cov-2.

O coordenador da pesquisa, o médico psiquiatra preceptor Rodolfo Furlan Damiano, explicou que outros estudos avaliaram apenas a prevalência de sintomas psiquiátricos nos pacientes, enquanto o estudo da USP buscou diagnósticos definitivos.

O coordenador da pesquisa também reforçou que ainda existem sintomas e efeitos desconhecidos, a curto e a longo prazo, da covid-19 no corpo humano. Rodolfo Damiano explicou que a doença não pode ser encarada apenas como uma espécie de gripe, porque ela também atinge outros sistemas do organismo além do respiratório.

A pesquisa da USP avaliou um total de 425 pacientes do hospital universitário da instituição. O estudo também apontou que 8,14% dos participantes foram diagnosticados com depressão, sendo que em 2,5% deles o transtorno apareceu após a internação por covid-19.

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