Entidades assinam carta em defesa da soberania em saúde no Sul Global

Publicado em 31/07/2024 - 17:01 Por Tatiana Alves - repórter da Rádio Nacional * - Rio de Janeiro

A Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024 chega ao fim com a assinatura da Declaração do Rio de Janeiro. Uma carta em defesa da soberania em saúde, na inovação e no desenvolvimento de diagnósticos, vacinas e medicamentos para enfrentar emergências de saúde pública internacional no Sul Global.

O documento foi assinado por representantes de dez organizações, lideradas pela Fundação Oswaldo Cruz; e divulgado na noite dessa terça-feira (30), pelo presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

Entre os pontos centrais da declaração estão: a necessidade de estabelecer uma Aliança para Produção, Inovação e Acesso Regional e Local. Com destaque ainda a demandas por compartilhamento de informações, transferência de tecnologias e de investimentos robustos em pesquisa e desenvolvimento, inovação e produção.

Rio de Janeiro (RJ), 29/07/2024 – A ministra da Saúde, Nísia Trindade durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Em sua participação na Cúpula, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a integração e inclusão das tecnologias nos Sistemas de Saúde.

"As tecnologias têm de ser vistas sempre dentro dos sistemas de saúde, não como um bem à parte. No Brasil temos esse pilar fundamental, essa grande inovação que é o SUS. A maioria dos países não conta com sistemas universais. Mas a partir da nossa experiência, fortalecê-los é fundamental. E também olhar para as diferentes desigualdades, para que os benefícios da ciência e tecnologia cheguem a todos com políticas efetivas."

Rio de Janeiro (RJ), 29/07/2024 – O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira, durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil 

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, esta é uma oportunidade promissora para a troca de conhecimento, resultando em ações concretas para melhorar a preparação e resposta a pandemias.

Segundo Moreira, o exemplo do Brasil mostra que ações focadas na informação fizeram a diferença na intensidade dos impactos negativos da pandemia de covid-19.

"Conseguimos rapidamente escalonar a produção de vacinas e de diagnósticos. Estabelecemos vários canais de contato com a sociedade, canais muito pedagógicos que orientaram inclusive ações das autoridades sanitárias locais. Formamos gente também. Gente da América Latina, do Brasil no diagnóstico e na condução, no manejo clínico da covid. É disso que se trata agora, dar uma escala global ao que o Brasil fez no enfrentamento da pandemia."

O presidente Mario Moreira falou ainda sobre a integração da Fiocruz na rede da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias, que trabalha para apoiar a fabricação de vacinas e respostas mais rápidas para futuras epidemias e ameaças de doenças infecciosas.

"A ideia é que parte da produção de Biomanguinhos seja direcionada para esse esforço global. Uma vez atendida a demanda do Sistema Único de Saúde, nosso excedente de produção vai ser deslocado para esse esforço global de um mundo mais equilibrado no acesso à vacina."

No evento, também foram discutidos temas como: o estado da preparação e resposta global para pandemias; os avanços e oportunidades na vigilância epidemiológica; o acesso equitativo a produtos e tecnologias de saúde; e os modelos de financiamento.

Edição: Sâmia Mendes / Liliane Farias

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