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Segurança

Marcelo Câmara seria responsável por inteligência paralela, aponta PF

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Jacson Segundo*- da Rádio Nacional
09/02/2024 - 16:30
Brasília

Um suposto sistema paralelo de inteligência no governo de Jair Bolsonaro monitorou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. E de acordo com as investigações da Polícia Federal, o responsável por essa tarefa era o coronel da reserva Marcelo Costa Câmara. As informações estão na decisão que autorizou a operação Hora da Verdade (Tempus Veritatis), que significa Hora da Verdade, deflagrada nesta quinta-feira (8).

O coronel Câmara foi um dos presos pela polícia. Ele era um dos assessores mais próximos de Bolsonaro e tinha formação nas Forças Especiais do Exército.

No dia 15 de dezembro de 2022, Câmara enviou uma mensagem a Mauro Cid com o itinerário de uma pessoa alvo do monitoramento. Dizia que essa pessoa havia viajado pra São Paulo no dia 15 de dezembro e voltaria pra Brasília para a posse.

Os investigadores constataram que as viagens do ministro Alexandre de Moraes batiam com as da pessoa vigiada pelo grupo. Chamou a atenção que Marcelo Câmara já tinha o itinerário exato do ministro pelos 15 dias seguintes. Isso indicaria acesso a informações privilegiadas e ações de vigilância de nível avançado, inclusive com uso de tecnologia fora do alcance das autoridades de controle.

Na avaliação dos policiais, como a minuta de decreto golpista previa a prisão de Moraes, o acompanhamento dos movimentos dele demonstra que o grupo tinha a real intenção de aplicar o golpe de Estado no país.

O advogado do coronel Câmara, Eduardo Kuntz, disse que teve acesso parcial aos áudios e que vai estudá-los durante o Carnaval. Também disse que pretende fazer o pedido de soltura do coronel na quinta-feira (15), quando for retomada a atividade no STF. 

*Reportagem de Gabriel Brum 

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