Quase 70% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil nos últimos anos eram negras. O índice está numa pesquisa do Instituto Sou da Paz feita a partir de dados do Ministério da Saúde de 2012 a 2022.
O estudo mostra ainda que, em 2022, entre as mulheres negras, as mortes por arma de fogo corresponderam a 51%; já entre as não negras o índice ficou em 47%. Essa foi a menor diferença proporcional entre o assassinato de mulheres negras e não negras desde 2012.
A coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, Cristina Neme, explica o motivo das mulheres negras serem o maior alvo dessa violência. "Isso reflete uma desigualdade racial que é estrutural no país. E que coloca essas pessoas sob um risco maior de sofrer violência e também com menos acesso ao conjunto de direitos, que são os direitos básicos de cidadania. São as pessoas negras que estão sofrendo com essa desigualdade e isso vai aparecer também na vitimização por violência".
O Instituto Sou da Paz também identificou que desde 2017 o país passa por uma redução nos assassinatos de mulheres por arma de fogo.
Há sete anos a proporção desses casos era de 54%. Em 2022, a taxa ficou em 50%. Mesmo assim, isso significa que 2.200 mulheres foram mortas por arma de fogo em 2022. 60% delas tinham entre 20 e 39 anos de idade. E 27% dessas mortes ocorreram dentro de casa.
Para a coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, Cristina Neme, a violência contra a mulher tende a se repetir e de forma cada vez mais grave.
E as autoridades públicas podem interromper esse ciclo de agressividade e ajudar a diminuir os números da violência simplesmente cumprindo a lei.
Outro dado da pesquisa: 43% das agressões sem morte, feitas com arma de fogo em casa foram cometidas por pessoas próximas à mulher.
Isso significa amigos, conhecidos ou familiares. E os companheiros ou ex-companheiros íntimos responderam por 28% dessas agressões.
E os agressores alcoolizados podem ter sido responsáveis por 35% da violência armada, sem morte, contra mulheres em casa em 2022.
A delegada Adriana Romana, da Delegacia da Mulher, explica o que fazer em caso de agressão. "Quando a mulher sofre qualquer tipo de agressão ou de violência, ela deve procurar uma delegacia. Para poder fazer esse registro e ter acesso a todo o arcabouço legal de proteção que está previsto na Lei Maria da Penha. Ela vai ter acesso às medidas protetivas de urgência, à rede de enfrentamento de violência doméstica. Então é um caminho muito importante para a mulher quando ela quer romper esse ciclo da violência ou ela quer impedir que ele se inicie. Porque seja apenas uma primeira agressão, ela não deve ser suportada".
A delegada lembra ainda que a mulher vítima de violência pode denunciar a situação ou buscar orientação no disque 180 do Ministério da Mulher.
Em casos de risco imediato, ela pode ligar no 190 da Polícia Militar no 197 da Polícia Civil.
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