Uma força-tarefa coordenada pela Secretaria de Ordem Pública, da prefeitura do Rio de Janeiro, segue pelo segundo dia a demolição de um condomínio com mais de quarenta prédios irregulares, inclusive de alto padrão, no Parque União, comunidade no Complexo da Maré, Zona Norte da cidade. A operação tem apoio das polícias Civil e Militar, além do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual.
Cerca de 90% dos imóveis ainda estão em fase de alvenaria e desocupados. Eles foram erguidos sem autorização do município e não têm profissional técnico encarregado pelas obras. Engenheiros da prefeitura estimam prejuízo de R$ 30 milhões aos responsáveis pelas construções.
De acordo com a Polícia Civil, o condomínio é resultado de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. No início de julho, agentes da Secretaria de Ordem Pública estiveram no local e notificaram todas as estruturas.
Duas coberturas foram avaliadas em R$ 5 milhões. Uma delas possui dois andares, acabamento em mármore e porcelanato e uma área de lazer com churrasqueira e piscina de 40 mil litros de água. Já a outra construção tem quatro andares, acabamento de luxo, jacuzzi e closet, além de uma piscina com cascata e churrasqueira.
As investigações apontam que o Parque União é utilizado há anos na construção e abertura de empreendimentos para lavar o dinheiro oriundo do comércio de drogas. A Polícia Civil apurou, inclusive, a participação no esquema de entidades representativas da comunidade, entre elas a Associação de Moradores.