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Saúde

Conselho de oftalmologia: maioria dos casos de cegueira é reversível

Nesta quinta-feira é comemorado o Dia Mundial da Visão
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/10/2018 - 18:17
Rio de Janeiro 

O número de pessoas cegas ou com visão comprometida no mundo chega a 253 milhões, segundo dados da Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Agência Internacional de Prevenção da Cegueira (IAPB, do nome em inglês International Agency for Prevention Of Blindness). Segundo o presidente do CBO, José Ottaiano, desse total, estima-se que em torno de 75% dos casos podem ser reversíveis. Hoje (11) é comemorado o Dia Mundial da Visão.

Segundo Ottaiano, um indivíduo que tem uma miopia de 4 ou 5 graus, por exemplo, se ele não corrigir esse erro refrativo, é enquadrado como deficiente visual ou sem uma visão adequada. Ele também explicou que a catarata é considerada uma cegueira reversível. “No entanto, se você não operar, o indivíduo fica com uma deficiência visual”. 

O presidente do CBO disse que a grande maioria das pessoas com cegueira ou visão comprometida no mundo, cerca de 90%, moram em países em desenvolvimento, que não dispõem de sistemas de saúde básica mais avançados. 

As principais causas de cegueira são os chamados erros refrativos, como miopia, astigmatismo, hipermetropia, que são corrigidos por graus de óculos; catarata; glaucoma; e degeneração macular relacionada à idade (DMRI).

Campanha

Nesta quinta-feira, o CBO e a IAPB lançaram a campanha Saúde Ocular em Todo Lugar em comemoração ao Dia Mundial da Visão, data que é celebrada toda segunda quinta-feira de outubro. Segundo Ottaiano, trata-se de um programa de interiorização, ou seja, fazer com que a saúde ocular chegue a todos os lugares. “O Conselho Brasileiro de Oftalmologia vem fazendo isso há dez anos”.

A entidade tem 102 serviços credenciados na área de oftalmologia, com maior concentração nas capitais. “Só três estados não têm [esse serviço]”. Segundo o presidente do conselho, isso acaba criando uma cultura na população e os profissionais se fixam nas regiões e onde se desenvolvem. “Na realidade, isso é uma maneira de ter saúde ocular em todo lugar, principalmente aqueles com difícil acesso”.

Queda 

Ottaiano disse que, de 1990 para 2015, houve uma queda de 4,58% para 3,37% nos problemas visuais em termos de cegueira na população mundial. “A população mundial vem andando para a frente, apesar das diferenças e particularidades entre os países”. No Brasil, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de brasileiros têm alguma deficiência visual, dos quais 6 milhões teriam deficiência visual importante. O restante é cegueiras ou deficiência reversíveis.

De acordo com Ottaiano, o Brasil necessita de uma média de 600 mil cirurgias de catarata por ano e realiza entre 400 mil a 500 mil cirurgias. “Os pacientes passam a se acumular para o ano seguinte”, disse. 

Prevenção

Como forma de tratamento, o médico disse que a prevenção é muito melhor, mais eficaz e barata, e pode ser feita, inclusive, desde antes do nascimento. A ideia é que as pessoas procurem o oftalmologista, considerando a prevenção como uma prática regular, para evitar o aparecimento de doenças visuais.

“A prevenção é a palavra mágica porque, na realidade, a gente tem que tratar antes da doença. A doença já é a consequência, o indesejável”. Os esforços devem ser concentrados na educação e conscientização da população em relação aos cuidados com a visão.