Jornada Nacional de Imunizações começa hoje em Fortaleza

Entre os temas estão o surto de sarampo, novas descobertas e fake news

Publicado em 04/09/2019 - 05:52 Por Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O surto de sarampo, novas descobertas sobre imunização e o combate às notícias falsas sobre vacinas vão ser alguns dos temas debatidos por mais de 1,1 mil profissionais de saúde que participam nesta semana da Jornada Nacional de Imunizações, em Fortaleza, no Ceará. O evento, com 114 conferencistas, começa hoje (4) e vai até sábado.  

Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), entidade que promove o encontro, Juarez Cunha afirma que a percepção dos problemas que levaram à baixa na cobertura vacinal fez com que o tema da jornada seja "Promovendo o valor da imunização". Segundo a SBIm, as coberturas abaixo do ideal vêm sendo registradas desde 2015, o que está relacionado a problemas como a circulação de fake news, a hesitação em se vacinar e a falsa segurança de que as doenças erradicadas não existem mais.

"É muito triste fazer a jornada neste momento em que estamos assistindo a um surto de sarampo no nosso país que não precisaria estar acontecendo, e com casos graves e óbitos. Mas, por outro lado, vai reforçar [a discussão], porque o objetivo principal é passar informação", diz Juarez. 

O surto de sarampo no estado de São Paulo, onde mais de 2,2 mil casos já foram registrados neste ano, levou o governo federal a intensificar a vacinação de crianças de até um ano e adultos jovens. A imunização contra o sarampo está incluída na vacina tríplice viral, que faz parte do calendário nacional de vacinação e previne também contra a caxumba e a rubéola,

Novidades na área de imunizações também estarão em debate, como a vacina de herpes zoster com o vírus inativado, já registrada nos Estados Unidos. Atualmente, a vacina utilizada no Brasil tem o vírus vivo atenuado. Outra tecnologia nova que deve ser discutida pelos especialistas é a vacina que previne nove tipos de HPV, enquanto as que estão disponíveis no Brasil previnem até quatro tipos do vírus, relacionados a casos de câncer.


*O repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações

Edição: Graça Adjuto

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