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Saúde

Lesão de continuidade na pele pode ser porta de entrada para bactérias

Diabéticos estão mais sujeitos a ter erisipela
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Publicada em 16/01/2021 - 17:15
São Paulo
Hospital de campanha para vítima de Covid-19 em Santo André, São Paulo
© REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados

Lesões de continuidade na pele podem ser porta de entrada para bactérias que causam a erisipela, uma infecção da pele e do sistema linfático. Pacientes do grupo de risco, como diabéticos e imunodeprimidos, estão mais sujeitos a essa doença. 

Ao primeiro sinal de vermelhidão e inchaço na perna, a pessoa deve procurar um médico, conforme orienta o cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Bruno Naves.

“Erisipela é uma infecção por uma bactéria. Normalmente essa bactéria vive habitualmente na nossa pele. De repente, se ela encontra uma porta de entrada, ela vai criar uma infecção e às vezes o paciente é internado porque ela é muito séria. Tem gente que tem febre alta, vômito, diarréia e desidrata, tem que ir para o hospital e às vezes tomar antibiótico na veia para curar essa infecção”, explicou o médico.

Proteção

Ele acrescentou que a pele é o maior órgão protetor e que mantê-la íntegra, sem ferimentos, é muito importante para evitar a infecção. Os principais sintomas da erisipela incluem vermelhidão na perna ou na região afetada, íngua - inflamação das glândulas -, dor, inchaço, febre alta e mal-estar em geral. 

O tratamento é feito com medicamentos, elevação do membro afetado e tratamento do ferimento que ocasionou o problema. Segundo o médico, sem o tratamento adequado, o paciente pode ter complicações, como infecção generalizada.

No grupo de risco para a erisipela estão pessoas obesas, sedentárias, diabéticas, idosas e imunodeprimidas, entre outras, disse Naves. 

“O diabético, às vezes, perde a sensibilidade nos pés, então ele pode vir a se machucar sem perceber isso e, quando ele vai perceber, já tem uma infecção. E os diabéticos também têm uma imunidade deprimida que alastra rapidamente [a infecção] e vira um quadro gravíssimo, inclusive com risco de perda de membros, de amputação”, disse.

Diante disso, o médico afirmou que é importante o hábito de examinar os pés a fim de encontrar possíveis ferimentos, inclusive frieiras, e não coçar a pele. Ele alertou que, ao menor sinal de lesão, deve-se lavar bem o local e, no caso de frieira, é importante medicar, limpar os calçados, o box do banheiro, secar bem entre os dedos dos pés e, se possível, colocar o calçado utilizado no sol após a utilização.