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Saúde

Covid-19: Campinas impõe toque de recolher e fechamento de comércio

Restrições para conter casos da doença valem até o dia 30 próximo
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/06/2021 - 14:18
São Paulo
Divulgada sequência genética de vírus dois dias depois de surgir o primeiro caso no Brasil. Artigos científicos são publicados com rapidez em todo o mundo (foto: Instituto Adolfo Lutz)
© Instituto Adolfo Lutz

Com taxas de ocupação em colapso, a cidade de Campinas, no interior paulista, inicia hoje (21) um toque de recolher e fechamento de atividades no período noturno para tentar conter o aumento de casos de covid-19. As medidas, que foram publicadas no Diário Oficial da prefeitura municipal e valem até o dia 30 de junho.

Com isso, serviços, comércios e demais atividades são proibidas de funcionar entre 19h e 5h da madrugada, inclusive padarias e supermercados. Até este horário, todas as atividades permitidas na fase de transição do Plano São Paulo podem funcionar, desde que respeitem o limite de 40% na capacidade de atendimento. 

A prefeitura de Campinas estabeleceu, ainda, um toque de recolher de pessoas e de veículos entre 19h01 e 4h59 da manhã. Bares continuam proibidos de funcionar nesse período, podendo atender apenas por delivery (entrega) e retirada.

Também está proibido o consumo de bebidas alcoólicas em vias e espaços públicos e nas dependências de postos de combustíveis entre 19h e 5h. A multa é de R$ 1.515,44 para quem for flagrado descumprindo a regra e de R$ 3.030,88 para o estabelecimento onde essa infração ocorrer.

“Estamos conduzindo o enfrentamento da pandemia com o maior equilíbrio possível. As medidas restritivas prejudicam setores importantes da cidade, mas todos estão vendo a fila de pacientes esperando internação. Os indicadores de monitoramento da pandemia acenderam o alerta e, por isso, estamos adotando as medidas focando nos horários e nos exageros das atividades que mais contaminam. Nosso esforço é para salvar vidas e para ampliar a vacinação. Precisamos da compreensão da população”, disse o prefeito Dário Saadi.

Até a última sexta-feira (18), quando o último boletim epidemiológico foi divulgado, Campinas tinha uma taxa média de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) em torno de 94%. Mas considerando-se apenas as UTIs públicas, tanto municipal quanto estadual, a ocupação média era ainda maior - em torno de 99% - com uma fila de 32 pacientes adultos aguardando vaga de internação por síndrome respiratória aguda grave.

Aglomeração zero

No último fim de semana, a prefeitura de Campinas iniciou a Operação Aglomeração Zero, que visa evitar e dispersar a  aglomerações na cidade.

“A nossa prioridade é intensificar a fiscalização de aglomerações, sejam elas em vias públicas e também perto de bares e postos de combustíveis, que é onde está ocorrendo a transmissão. Precisamos da colaboração da população, principalmente dos mais jovens, que tenham consciência e não se aglomerem nestes locais, principalmente com o uso de bebida alcoólica”, disse o prefeito.

Somente entre a noite de sábado (19) e a madrugada de domingo (20), as equipes de fiscalização da prefeitura dispersaram 2.261 pessoas que estavam em bares e festas na cidade, desrespeitando as regras que impõem distanciamento social e uso de máscara. Três estabelecimentos foram fechados.

Também foi autuado e multado o organizador de uma festa clandestina com 150 pessoas, que ocorria em uma chácara no Jardim Novo Sol, no Distrito de Ouro Verde. O organizador foi multado em R$ 18.943,00.