São Paulo abre 700 leitos para atendimento exclusivo à covid-19

São 266 leitos de UTI e os demais de enfermaria

Publicado em 26/01/2022 - 14:35 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Com o aumento nas internações por covid-19, o governo do estado de São Paulo anunciou hoje (26) a criação de mais 700 leitos exclusivos para atendimento de pessoas que estejam com a doença. Do total de leitos disponibilizados, 266 são de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os demais são leitos de enfermaria.

“Neste momento, o foco da ampliação da rede estadual de saúde está nos leitos de enfermaria já que, por conta dos elevados índices de vacinação aqui no estado de São Paulo, nós temos tido um agravamento menor da doença”, disse o governador de São Paulo, João Doria.

Os leitos serão destinados para os hospitais estaduais e, segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, tratam-se de leitos remanejados pelos hospitais. De acordo com Eduardo Ribeiro, secretário executivo da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, não faltarão leitos para atender os pacientes com covid-19.

“Estamos ampliando cerca de 10% a 15% dos leitos de UTIs destinados exclusivamente à covid-19. E esse é um número significativo porque ainda não atingimos a utilização plena da capacidade e temos capacidade de ampliar ainda mais", disse Ribeiro.

O aumento na quantidade de leitos ocorre no momento em que o estado enfrenta uma taxa de ocupação de leitos de UTIs de 68,6%, com 3.633 pessoas internadas em estado grave, além de 7.324 pessoas internadas em enfermarias.

Segundo Gorinchteyn, as internações começaram a crescer vertiginosamente desde as primeiras semanas de janeiro: “a análise dos últimos 14 dias mostra aumento de 98% das nossas internações. E nas últimas três semanas ocorreu 152% de aumento”.

Apesar do aumento de casos e de internações por covid-19, o governo de São Paulo não anunciou novas medidas restritivas para conter a alta transmissão do vírus no estado.

“Esse momento da pandemia é distinto do que tivemos anteriormente: primeiro porque a transmissibilidade [da variante Ômicron] é muito mais alta em relação a outras variantes. Por outro lado também temos boa cobertura vacinal”, explicou Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.

“Essa variante tem essas características: o número de casos sobe como um foguete. Mas vemos em países que estão mais adiantados nesse processo que começa também uma redução, felizmente rápida. O pico dura muito menos do que em outras pandemias", disse Menezes.

Segundo ele, após atingir o pico, a expectativa é de que a transmissão desacelere. "Nós esperamos que nas próximas semanas a gente atinja o pico e comece a ter um alívio. Já existem sinais de que a velocidade de aumento de internações está desacelerando, o que talvez mostre que já estamos chegando no pico", disse o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, ao citar.

Menezes lembrou algumas medidas não farmacológicas adotadas como a redução da capacidade de grandes eventos, a exigência de vacinação em eventos, além da suspensão do carnaval de rua e o adiamento do carnaval do sambódromo. "Nesse momento o comitê científico não vê necessidade de outras medidas", concluiu Menezes.

Edição: Denise Griesinger

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