Comissão da Verdade de São Paulo quer contestar versão de morte de JK na Justiça
A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo prepara mandado de segurança para contestar a versão de morte acidental do ex-presidente Juscelino Kubitschek. As investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) apontaram que a morte de JK e de seu motorista, Geraldo Ribeiro, foi decorrente do acidente automobilístico sofrido na Rodovia Presidente Dutra, em agosto de 1976.
O presidente da comissão municipal, vereador Gilberto Natalini (PV), defende apuração mais aprofundada, antes de uma conclusão sobre o caso. Para ele, pode se tratar de um assassinato. “Estamos preparando um mandado de segurança para que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) não publique o relatório sem ouvir todos os envolvidos, principalmente os que presenciaram o acidente”, ressaltou em uma audiência pública na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Entre as evidências apresentadas pelas investigações conduzidas pelos vereadores está o depoimento do motorista de ônibus Nunes de Oliveira, que contradiz a versão da movimentação do carro no momento do acidente. Além do relato do perito criminal Alberto Carlos de Minas, que diz ter recebido ameaças para não vincular o acidente a um atentado político.
O relatório preliminar da CNV foi apresentado em abril. Na ocasião, o coordenador da comissão, Pedro Dallari, disse que a CNV não foi convencida pelas conclusões da comissão municipal, que apontam para assassinato. Segundo ele, “não há documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise, [nem] qualquer elemento material que, sequer, sugira que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinados, vítimas de homicídio doloso”.