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Direitos Humanos

Ministra destaca coragem de enfermeiras que flagraram estupro em parto

Equipes médicas devem denunciar casos suspeitos, diz Cristiane Britto
Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/07/2022 - 16:36
Rio de Janeiro
A ministra da Mulher, da Família e dos Direiros Humanos, Cristiane Britto, fala após reunião na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), em São João de Meriti
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Cristiane Britto, visitou hoje (21) a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti e o Hospital da Mulher Heloneida Studart, onde o anestesista Giovanni Quintella Bezerra estuprou uma mulher grávida durante o parto, no último dia 10.

O crime foi registrado em vídeo pela equipe de enfermagem do próprio hospital, o que levou à prisão em flagrante do médico, que responde por estupro de vulnerável. Ao deixar a delegacia, a ministra destacou a coragem da equipe que denunciou o crime e a importância de mais profissionais atentarem às violações contra mulheres.

"O exemplo é o olhar atento de uma equipe médica e a coragem que, principalmente, a equipe de enfermagem teve. Eles não se calaram e preferiram denunciar", afirmou Cristiane. "Fica um alerta para todas as equipes médicas nos hospitais de todo o Brasil, [para] que, na mínima suspeita, não hesitem, e denunciem."

A ministra esteve no hospital entre as 10h e as 12h e disse que a visita tinha o objetivo de prestar acolhimento e valorizar os profissionais. "Vi ali uma estrutura que funciona muito bem, vi uma equipe com atendimento humanizado, que agiu no dever de proteger a vida humana e de se defender da violação dos direitos humanos que aconteceu naquele local."

Por volta das 12h, a ministra chegou à delegacia especializada, onde o caso está sendo investigado. Após a visita, ela também elogiou o trabalho policial. "Vi que realmente estão dando o melhor de si. A equipe está de parabéns."

O anestesista virou réu na última sexta-feira (15), por decisão do juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, que recebeu denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Flagrante

O processo contra Quintella começou com a gravação do crime. O comportamento do médico em procedimentos anteriores chamou a atenção das enfermeiras, que perceberam que ele sedava as pacientes além do necessário. As enfermeiras posicionaram uma câmera dentro de um armário na sala de parto e conseguiram registrar o momento em que Quintella cometeu a violência sexual.

De posse das imagens, as enfermeiras comunicaram os fatos à chefia do hospital, que acionou a Polícia Civil. A delegada titular da Deam, Bárbara Lomba, efetuou a prisão do anestesista ainda dentro da unidade. Desde o último dia 12, ele está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó.

A Polícia Civil ainda investiga a possibilidade de Quintella ter cometido o mesmo crime contra outras mulheres, o que inclui duas possíveis vítimas que tiveram filhos no mesmo dia do flagrante.