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Economia

Internet incentiva turismo internacional nas Olimpíadas

Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/09/2014 - 17:42
Brasília

As redes e as mídias sociais foram responsáveis por um importante legado econômico da Copa do Mundo. A internet impulsionou o turismo internacional e indicou a necessidade de maior investimento por parte das empresas brasileiras. A avaliação é de Marcelo Castro, diretor-geral do 4º Seminário Nacional de Comércio Eletrônico, Meios de Pagamento e Negócios na Web (Ecom Brasil 2014). Promovido pela Confederação Nacional de Dirigentes Logistas, o evento foi hoje (23) em Brasília. Segundo Castro, a Copa do Mundo, no aspecto do comércio físico, “foi um desastre. A economia parou, o comércio parou. Mas a Copa deixou um legado que precisamos aproveitar e interagir com ele”, disse o Castro, que é especialista em marketing.

Ele explica que a imagem do Brasil foi para as redes e mídias sociais “violentamente”, e cita como exemplo os jogadores da seleção da Alemanha que, desde o início, postavam fotos do Brasil no Facebook e no Twitter. “Depois foram as seleções da Holanda e da França. Isso gerou interesse sobre o Brasil. Então, do ponto de vista do turismo foi excepcional. Não existe mais disponibilidade de cruzeiro para o país em 2015 e 2016, por exemplo, porque todos aqueles navios de turismo que virão da Europa estão lotados”, disse Castro.

Para o especialista, é neste momento, com a proximidade das Olimpíadas em 2016 e a vontade do turista estrangeiro de visitar o Brasil, que os comerciantes precisam focar no comércio eletrônico, o e-commerce. “O legado está muito focado no turismo, entretenimento, na hotelaria e na área gourmet, de restaurantes. Então, ter um site legal em inglês, alemão e francês, falando sobre as riquezas locais, os passeios e a comida nordestina é importante porque é o que estão procurando. Quem vem consumindo é o público lá de fora e que está 100% plugado”, explicou Castro.

O Ecom Brasil é um evento de inclusão digital. A ideia dos organizadores é provocar o comerciante, o lojista, o pequeno empreendedor a usar a internet para ser conhecido no mundo físico. “Mais de 60% dos comerciantes e lojistas não têm um site. Eles estão descobrindo as redes e mídias sociais e criando perfis, mas o perfil não é lido pelo Google, então é o conjunto que dá certo”, disse Castro.

Segundo ele, o Brasil está entre os cinco maiores países no comércio eletrônico. O setor cresceu quase 30% entre 2012 e 2013, alcançando R$ 28 bilhões. E a expectativa para este ano é replicar o resultado do ano passado.

O consultor em tecnologia do Sebrae-DF, Luiz Fernando Cunha, disse que o Brasil tem 40 milhões de usuários na internet e que metade deles compra na web. “Ainda existe uma certa resistência, mas ela tem sido quebrada na medida em que os processos são melhorados e as entregas feitas dentro do prazo”, disse.

Segundo Cunha, o processo de abertura de uma empresa eletrônica é parecido com o de uma empresa física, e o Sebrae presta consultoria para os interessados no e-commerce. “As empresas estão vendo a importância de construir lojas virtuais, e o plano de negócios tem que ser voltado ao comércio eletrônico. Então exige um plano de marketing mais aprimorado e escolha de uma plataforma de e-commerce estável e segura”, explicou o consultor.