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Economia

Dólar sobe a R$ 5,12 e fecha no maior valor em duas semanas

Bolsa encerra no menor nível desde janeiro em dia de turbulência
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 14/03/2022 - 19:30
Brasília
Funcionário de casa de câmbio do Cairo conta notas de dólar
20/03/2019
REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
© REUTERS/Mohamed Abd El Ghany/Proibida reprodução

Em um dia de turbulência nos mercados doméstico e externo, o dólar ultrapassou R$ 5,10 e fechou no maior valor em duas semanas. A bolsa de valores teve forte queda e encerrou no menor nível desde o fim de janeiro.

O dólar comercial fechou esta segunda-feira (14) vendido a R$ 5,12, com alta de R$ 0,066 (+1,3%). A cotação iniciou o dia em baixa, caiu para R$ 5,03 por volta das 10h, mas subiu logo após a abertura do mercado norte-americano. Na máxima do dia, por volta das 15h30, chegou a R$ 5,14.

A moeda norte-americana fechou no maior valor desde 25 de fevereiro, quando tinha sido vendida a R$ 5,15. Apesar da alta de hoje, a divisa acumula queda de 0,7% em março. Em 2022, o recuo chega a 8,18%.

As tensões também foram sentidas no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 109.928 pontos, com recuo de 1,6%. O indicador está no menor patamar desde 24 de janeiro, mas ainda acumula alta de 4,87% neste ano.

No mercado externo, três fatores contribuíram para a instabilidade no mercado. O primeiro foi a queda internacional do preço das commodities (bens primários com cotação internacional), após o anúncio de que as negociações continuarão amanhã (15), apesar de uma pausa nesta segunda-feira. A queda no preço de minérios e de grãos diminui a entrada de divisas no Brasil, grande exportador desses produtos.

O segundo fator foi o aumento das restrições sanitárias na China. O país asiático registra o maior número de contaminações por covid-19 desde o início da pandemia, por causa da disseminação da variante Ômicron. O fechamento de diversas zonas industriais chinesas aumentou o pessimismo no mercado internacional.

A terceira razão para a instabilidade no mercado foram as expectativas com a reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Na quarta-feira (16), o órgão deve elevar os juros básicos da maior economia do planeta pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19. As estimativas apontam reajuste de 0,25 ponto, mas parte dos investidores teme que o conflito no Leste Europeu faça o Fed elevar a taxa em 0,5 ponto, prejudicando países emergentes, como o Brasil.

No plano interno, as expectativas com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, amanhã (15) e quarta-feira (16), e as preocupações com negociações sobre uma redução de impostos sobre a gasolina predominaram. Na semana passada, o Congresso aprovou a redução temporária a zero de tributos federais sobre o diesel, o gás de cozinha e o querosene de aviação. Uma extensão da medida para a gasolina reduziria a arrecadação federal em R$ 60 bilhões neste ano.

*Com informações da Reuters