Avaliações devem incentivar qualidade da educação, diz novo presidente do Inep
Luiz Roberto Curi é o novo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ele recebeu o convite do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na última quinta-feira (17). "Eu não me candidatei, fui surpreendido pelo convite, é um honra muito grande", conta em entrevista à Agência Brasil.
A nomeação de Curi para o cargo foi publicada quarta-feira (16) na mesma edição extra do Diário Oficial da União que trazia a nomeação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Até ser nomeado, Curi era integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Para o novo presidente, o Inep, que entre outras funções é responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é a autarquia "que garante a efetividade das políticas públicas educacionais". Ligado ao Ministério da Educação (MEC), o instituto promove estudos, pesquisas e avaliações do sistema educacional brasileiro. Além do Enem, cuida de avaliações como a Prova Brasil. Também produz os censos Escolar e da Educação Superior.
Curi vê as avaliações como uma forma de melhorar a qualidade da educação. "As avaliações não devem apenas aferir a qualidade, mas incentivá-la. São instrumentos relevantes para a qualificação dos atores [que dela participam]", defende, acrescentando que elas devem servir para aproximar cada vez mais o ensino público e particular dos interesses da sociedade.
Curi assume o Inep em substituição a Franciso Soares, que pediu demissão. "Soares é meu amigo de muitos anos, excelente intelectual, fez um bom trabalho", diz.
O ex-integrante do CNE já compôs também o Conselho Superior da Unicamp) e presidiu o Conselho do Patrimônio Artístico, Arquitetônico e Cultural de Campinas. No Ministério da Educação, foi diretor-geral de Políticas de Educação Superior entre 1997 e 2002. Teve passagem ainda pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ambos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Abaixo-assinado
Antes da nomeação, funcionários do Inep fizeram um abaixo-assinado, que contou com mais de 100 assinaturas para pedir que o diretor de Avaliação e Educação Básica da autarquia, Alexandre André dos Santos, fosse nomeado presidente. A justificativa, de acordo com publicação no Facebook de Santos, era "levar um servidor à direção dos trabalhos do Inep".
Na rede social, Santos agradeceu e disse que o momento é de "reiterar o apoio às diretrizes governamentais e defender a legalidade democrática. Ao lado disso, é também imprescindível reconhecer o protagonismo dos servidores e valorizar o diálogo com a sociedade em geral e com a comunidade educacional em especial".