A "Casa de Ogum", localizada no bairro do Candeal, em Salvador, Bahia, foi tombada como patrimônio cultural do município. O terreiro é o único registrado no Brasil exclusivamente dedicado ao orixá.
A cerimônia aconteceu nesta segunda-feira e serviu para oficializar o templo como bem de valor histórico, cultural e arquitetônico da capital baiana. O espaço faz parte da história da comunidade do Candeal e o tombamento garante que os ritos e atividades sejam preservados e transferidos para outras gerações.
Segundo a Fundação Gregório de Matos, entidade ligada à prefeitura de Salvador, dentre suas particularidades, a Casa de Ogum é o único espaço de culto à divindade no Brasil, que segue mantendo os mesmos ritos como ocorrem na África, onde cada região cultua uma divindade da diáspora africana.
A Casa bicentenária foi fundada ainda no século XIX por uma princesa e sacerdotisa nigeriana, Josefa de Santana, responsável pela compra do terreno e da liberdade de um escravizado, com quem se casou.
O processo de tombamento da Casa de Ogum foi iniciado em 2019 e faz parte do Programa Salvador Memória Viva, da gestão municipal, que prevê uma série de ações de preservação dos bens materiais e imateriais da capital baiana.