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Esportes

Máscara após máscara, Naomi Osaka protesta contra injustiça racial

Tenista volta a homenagear vítima de violência policial
Amy Tennery
Publicado em 03/09/2020 - 16:19
Nova York (Estados Unidos)
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© Robert Deutsch/Reuters/Direitos Reservados
Reuters

Naomi Osaka entrou no Arthur Ashe Stadium usando uma máscara que dizia Elijah McClain antes de sua vitória no US Open, na última quarta-feira (2), aproveitando o apelo global do tênis em sua luta pela justiça racial.

A máscara da jovem de 22 anos fez menção a McClain, um homem negro de 23 anos que morreu após um conflito violento com policiais de Aurora, no Colorado, em 2019.

“Acho que o tênis, as pessoas assistem em todo o mundo”, disse a jogadora em entrevista após a partida. “Coisas que pensamos serem nomes comuns provavelmente não são comuns no exterior”, declarou.

Ela já havia usado máscara em homenagem a Breonna Taylor, uma mulher negra morta por policiais que invadiram seu apartamento em março, em sua partida de estreia na última segunda-feira, e disse que tem sete máscaras diferentes para o torneio.

“Quando soube da história dele, foi muito doloroso”, afirmou Osaka mais tarde aos repórteres, quando questionada sobre McClain. Em uma ação movida no mês passado contra a cidade de Aurora e sua polícia, a família de McClain alegou que ele foi atacado por policiais durante um incidente, apesar de não apresentar nenhuma ameaça física.

“Ainda não acho que o nome dele seja muito divulgado em comparação com, tipo, George Floyd ou Breonna Taylor. Para mim, hoje foi muito especial a maneira como queria representá-lo”, declarou.

Osaka surpreendeu na última semana quando anunciou que desistiria da semifinal do WTA de Cincinnati em protesto contra a brutalidade policial e a injustiça racial nos Estados Unidos.