Mesmo com reservatórios mais baixos, governo descarta racionamento

Secretário diz que estoque é suficiente para passar pelo período de

Publicado em 29/04/2014 - 12:06 Por Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

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Governo federal continua descartando racionamento de energiaMarcello Casal Agência Brasil

Apesar dos baixos níveis de reservatórios das hidrelétricas brasileiras e da economia voluntária feita pelos consumidores, o governo federal continua descartando o racionamento de energia. Hoje (29), o secretário de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, disse que o estoque é suficiente para passar pelo período de seca e chegar até as próximas chuvas.

Ao chegar à Universidade Federal do Rio de Janeiro para uma palestra sobre energia sustentável, ele informou que todas as análises feitas pelo setor indicam que é possível atender à demanda até 2015, mesmo que até o fim do período de seca, em novembro, os reservatórios fiquem mais vazios.

"As análises das vazões hidrológicas dos últimos 82 anos indicam que podemos atender à carga prevista até o fim da seca, em novembro, com um armazenamento, no final, que chegaria a valores mínimos, mas valores possiveis de serem operados dentro dos critérios adotados no setor elétrico", disse o secretário. A previsão dele é que, se não chover, o armazenamento ficará na faixa de 15%.

"Não existe no momento, nenhuma atitude voltada seja para o racionamento ou para a racionalização da carga", reforçou Altino Ventura Filho.

No momento em que o Operador Nacional do Sistema (ONS) estima que em abril os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste vão atingir o valor mais baixo desde o racionamento de 2001, chegando a 38,1% da capacidade, a opção por descartar o racionamento significa complementar a oferta com as usinas térmicas, acrescentou o secretário, que são a modalidade mais cara e mais poluente de geração de energia no país.

Ele acredita, no entanto, que a conscientização sobre os custos da energia e os impactos ambientais gerados pela ampliação da oferta, como a construção de novas usinas, podem estimular a economia. "É evidente que caso a sociedade queira contribuir espontaneamente, independentemente do momento atual, é desejável que use a energia com eficiência", concluiu.

Edição: Graça Adjuto

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