Argentinos lotam Copacabana, mas são bósnios que conquistam apoio dos cariocas
Os argentinos lotaram o bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, neste domingo (15) e coloriram ruas e orla com bandeiras e camisas em azul e branco. Mas não convenceram a torcida brasileira. Maiores rivais do Brasil no futebol, por onde passam, ouvem dos cariocas declarações de apoio à seleção da Bósnia, que enfrenta a Argentina às 19h no Estadio Maracanã, na zona norte.
Em grupos, os argentinos estão por todas as partes. Cantam em apoio a sua seleção, fazem performances com malabares, bandeiras e festa por onde passam. Os que não foram ao Maracanã começam a chegar a Fifa Fan Fest, em Copacabana, que transmitiu o jogo entre França e Honduras e vai exibir a partida das 19h. Até as 17h30, 20 mil pessoas passaram pelo local.
De Buenos Aires, Federico Rotter enfrentou quatro dias de carro para chegar ao Rio. Diz que até segunda-feira (16) os cariocas terão que conviver com a torcida argentina, "queira ou não queira".
"Roubamos o Rio por alguns dias. A Copa podia ser toda aqui. Como não é, teremos que voltar para final", disse, confiante no título de campeão.
Também de Buenos Aires, Cristian Acuña não se importa com o que chama de desprezo da torcida brasileira. "Amo o Rio de Janeiro mesmo. A praia, o sol, a cidade é maravilhosa", declarou. Para ele, o placar do jogo de hoje vai ser 3 x 1 para seu time.
Ao contrário dos argentinos, os bósnios recebem apoio onde quer que cheguem. A caminho do Maracanã, o torcedor Mev Lodinalic disse que a ajuda de todas as torcidas é benvinda. “Parece que todo mundo é contra a Argentina por algum motivo. Os brasileiros, os ingleses e os chilenos. Todos gritam frases de apoio, é muito legal”, disse.
Antes do inicio da partida, o bósnio David Vucetovic prometeu "chocar o mundo derrotando a Argentina”. "Todo mundo notou o apoio da torcida brasileira. Não podemos decepcionar e vamos ganhar", brincou ele, que está com mais três amigos no Rio.
Para os bósnios, a participação na Copa é um marco na história do país, depois das guerras pelas quais passou. "Quase nos aniquilaram como povo. Para nós é muito importante estar aqui", frisou Lodinalic, referindo-se ao à Guerra da Bósnia, na decada de 1990, contra a antiga Iugoslávia e a Croácia. Milhares de pessoas morreram.
No entorno do Maracanã, a movimentação de torcedores chegando para a partida, principalmente argentinos, é intensa. Na Fifa Fan Fest, a grande expectativa é para apresentação da bateria da Mangueira, antes do jogo, e de Beth Carvalho, ao final da partida.
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