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Médicos fazem mutirão no Rio para cirurgias de pé e tornozelo

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 02/09/2014 - 19:19
Rio de Janeiro

Cerca de 40 pacientes serão atendidos no mutirão de cirurgias do pé e tornozelo, que começou hoje (2) no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro. A ação que se estende até sexta-feira (5) vai ser dirigida aos que necessitam de procedimentos de média e alta complexidade no tratamento de lesões que afetam a articulação do pé, sequelas de fraturas, artrite reumatoide, artrose, além de deformidades ósseas como o joanete.

O vice-diretor do Into, Naasson Cavanellas, explicou que é importante fazer a ação para diminuir o número de pacientes em espera, mas ponderou que  o centro desta especialidade tem procura menor do que em outros tipos de atendimento, como cirurgias de joelho. “É um centro de especialidade que não tem demanda tão grande. A lista de espera é pequena, e não chega a um ano. Depende da doença, porque tem patologias mais complexas, que dependem de um cirurgião e material mais especializado”, disse à Agência Brasil.

As causas dos problemas são variadas, e vão desde sequelas de traumas a doenças reumatológicas e deformidades congênitas. Segundo dados do Into, em 2013 foram feitas 768 cirurgias do pé, e a média atualmente é 80 cirurgias por mês. Nasson Cavanellas informou que este ano já ocorreram mutirões para cirurgias de coluna, de mão e de joelho. Também estão programados mutirões para intervenções cirúrgicas em quadris, ombros e joelhos, mas ainda sem datas confirmadas.

O ortopedista explicou que a cirurgia para colocação de prótese no joelho, em consequência de artrose, é de grande complexidade, e tem aumentado muito no mundo inteiro, porque a população vive cada vez mais e quer qualidade de vida. Esse movimento, segundo o médico, provoca uma procura maior e a formação de longa fila de espera. “O fato de esperar é comum em países desenvolvidos como Canadá e Inglaterra, não é só no Brasil”, analisou.

O vice-diretor adiantou que o Into está em negociação para fechar parcerias com instituições de saúde de outros estados como Acre, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, para dar assessoria técnica e gerencial e fortalecer a rede de serviços de alta complexidade em ortopedia, traumatologia e reabilitação pós-operatória nesses locais. “Já houve contatos com outros hospitais. É uma medida política que depende de formalizar a parceria e de que forma será; principalmente a parceria técnica, que nos ajudaria bastante, tirando daqui pacientes que são de fora do Rio de Janeiro”, revelou.

Nasson Cavanellas disse que pacientes de todos os estados se dirigem ao Into, e por isso a unidade recebe mais doentes do que sua capacidade de atendimento. Esse é o motivo das filas que desde 2013 são monitoradas pelo Ministério Público Federal e Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde. Segundo o médico, em 2012 a fila de espera tinha 21 pacientes e atualmente está em 14 mil. “Existe paciente com doença especifica, que fica mais tempo na fila, porque precisa de cirurgia mais complexa; ou pacientes com infecção, que vêm de outras instituições. Temos o maior cuidado com infecção, que é um problema sério em ortopedia. Mas o fato é que o Instituto está envolvido, e tem feito coisas diversas para minimizar o tempo de espera e o sofrimento das pessoas”, analisou.

Registros do Into indicam que de janeiro de 2013 até agosto deste ano foram realizados 13.987 procedimentos cirúrgicos. O número representa aumento de 42% no número de cirurgias, em relação a 2012.