Médicos do Into fazem mutirão de cirurgias no joelho em pacientes do Acre
O Instituto de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) do Rio de Janeiro iniciou hoje (30) o projeto Suporte, mutirão de cirurgias de joelhos, na Fundação Hospital Estadual do Acre, na capital, Rio Branco. Aproximadamente 30 pacientes serão beneficiados pelo projeto, que reduz o tempo de espera para a operação e leva profissionais especializados a locais com baixa oferta de serviços, nas áreas de traumatologia e ortopedia. A ação ocorre até a próxima sexta-feira (3), em uma parceria do Into com estados e municípios.
De acordo com o coordenador do projeto, José Luís Ramalho, os pacientes escolhidos já estavam em listas de espera, e muitos deles teriam que viajar para fazer as cirurgias, em razão da oferta reduzida, no estado, de tratamento de doenças que afetam as articulações. "Nós selecionamos pacientes que já estavam agendados para operar fora do estado, porque no Acre não tem oferta suficiente dessas cirurgias, e os pacientes, invariavelmente, acabam operando no Rio de Janeiro. Por isso reunimos um número de pacientes que justifica a vinda de uma equipe", disse Ramalho.
O projeto prevê cirurgias de alta complexidade como artroplastia total primária, artroscopia, osteotomia e reconstrução de ligamentos de pacientes com diferentes tipos de patologias, como artrose e artrites, além de lesões e deformidades que comprometem a articulação normal do joelho, que ocasionam dores locais, inchaço e rigidez. Os procedimentos melhoram a qualidade de vida do paciente, pois têm a capacidade de aliviar dores e restabelecer a função das articulações.
Para fazer as cirurgias foram disponibilizados 15 profissionais para trabalhar em conjunto com a equipe do hospital local, de forma que o pós-operatório, o tratamento e a recuperação do paciente sejam acompanhados por médicos da região. "O projeto não é só assistencialista, mas também educacional. Nós prestamos assistência, mas também fazemos parte do aprimoramento científico. Atualmente, parte da equipe é do Into. Nós damos suporte com equipamentos, implantes, material, mas o cirurgião que está operando é do estado e vai acompanhar todos os pacientes no pós-operatório. Estamos trabalhando com equipe mista", relatou.
Ramalho disse ainda que muitos dos pacientes beneficiados pelo projeto moram em áreas muito afastadas da capital e teriam dificuldades para tratar adequadamente a lesão. "Muitos pacientes levam três dias de barco para chegar à capital. O pós-operatório deles seria prejudicado, não receberiam o tratamento adequado e seria ainda pior se tivessem que ir para outro estado. Dessa forma, conseguimos operá-lo no próprio estado, ele tem a recuperação total para que possa voltar para onde vive, [lugar] que [invariavelmente] não tem suporte médico nenhum", relatou.
De acordo com dados do Into, durante os 11 anos do projeto Suporte, foram registradas 104 ações em 25 estados, principalmente na Região Norte do país. Ao todo, foram 4.352 consultas, 2.306 cirurgias, além de 54 jornadas científicas e intercâmbios de ortopedia com médicos locais.