Professores paranaenses voltam às ruas e servidores ameaçam greve geral
Professores e outros servidores públicos do Paraná fizeram um protesto na manhã de hoje (19), em Curitiba, pedindo reajuste salarial. Eles se concentraram em duas praças da cidade e caminharam até o Centro Cívico, onde fica a sede do governo estadual.
Segundo o Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), que organizou a manifestação, 30 mil pessoas participaram do protesto. A Polícia Militar (PM) estimou o número de manifestantes em 10 mil.
Na semana passada, o governo paranaense anunciou que encaminharia projeto à Assembleia Legislativa para aumentar os salários em 5% a serem pagos em duas parcelas. Em greve desde 27 de abril, os professores se opuseram à proposta e pedem aumento de, no mínimo, 8,17%, por causa da reposição da inflação.
Servidores de outras categorias se uniram aos professores e ameaçam promover uma greve geral caso o governo não reveja o reajuste. No início desta tarde, representantes dos servidores e do governo local se reuniram, mas não chegaram a um acordo.
“O governo não apresentou nenhuma proposta. Nem quando vai enviar o projeto [de reajuste de 5%]. Nós já dissemos que isso é insuficiente e não atende aos servidores. Por isso, é greve geral no Paraná a partir de hoje”, disse Marlei Fernandes, da APP-Sindicato e representante do Fórum das Entidades Sindicais (FES).
Segundo ela, docentes de sete universidades estaduais, além dos professores da educação básica, estão em greve. As demais categorias devem definir, em assembleia, se aderem à paralisação.
O governo do Paraná ainda não se pronunciou sobre a reunião de hoje. Anteriormente, o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, disse que o governo já estava no limite da lei de responsabilidade fiscal e da disponibilidade financeira do estado. “Estamos fazendo um esforço extraordinário para garantir esse índice de reajuste num momento em que a economia dá sinais concretos de recessão e aumento do desemprego”, afirmou.
Essa já é segunda greve dos professores do Paraná, em 2015. A primeira durou cerca de 30 dias e terminou em 9 de março. A atual paralisação foi motivada por um projeto de lei para alterar a Previdência estadual. O projeto foi aprovado pelos deputados e sancionado pelo governador. Para protestar contra a votação do texto, servidores fizeram manifestação em frente à Assembleia Legislativa, em 29 de abril. Na ocasião, a ação da polícia para dispersar os manifestantes deixou mais de 200 feridos.