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Operação detém 27 envolvidos em extração ilegal de areia no Rio Guandu

Da Agência Brasil
Publicado em 06/08/2015 - 18:21
Rio de Janeiro

Uma ação de combate a crimes ambientais resultou na prisão de 27 pessoas que faziam extração ilegal de areia do Rio Guandu, em Seropédica, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A ação foi deflagrada pela Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria de Estado do Ambiente, em parceria com a Polícia Militar Ambiental e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Na operação, iniciada com base em uma denúncia anônima, os policiais apreenderam sete escavadeiras hidráulicas, seis balsas e 17 caminhões.

As 27 pessoas detidas foram encaminhadas à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e responderão por crime ambiental. Elas serão indiciadas por lavra não autorizada, prevista no Artigo 55 do Código Ambiental, com pena de até um ano, e por usurpação de matéria-prima da União, que prevê até cinco anos de prisão. Além disso, pode ser aplicada multa administrativa, cujo valor varia de R$ 5 mil a R$ 1 milhão.

O chefe da coordenadoria, José Maurício Padrone, informou que as balsas em situação ilegal estavam posicionadas a poucos quilômetros da Estação de Tratamento de Água do Guandu. “Em tempo de crise de água, é um absurdo vermos uma prática criminosa desse porte prejudicando uma das principais fontes de água da população fluminense. O Guandu abastece 80% da região metropolitana", destacou o Padrone.

Segundo ele, o abastecimento não chegou a ser comprometido, mas, se o grupo continuasse agindo na região, o tratamento da água poderia ser prejudicado. Outro risco seria o assoreamento, possibilitando a ocorrência de enchentes no entorno do rio. “A atividade pode ser legalizada, desde que seja licenciada pelo Inea. O problema é quando se faz o trabalho sem o mínimo de cuidado e que, quando a exploração termina, os terrenos são abandonados, e o passivo ambiental fica para a população”, acrescentou.

Padrone ressaltou a importância de os moradores denunciarem crimes contra a fauna e a flora, assim como ações que provocam a poluição. “Temos que contar com as denúncias dos moradores. Os [crimes contra o meio ambiente] são o quarto tipo de delito mais denunciado. Então, as pessoas estão envolvidas e engajadas, elas não toleram mais os danos ao meio ambiente.”

Com auxílio do Disque Denúncia, foi criado o Programa Linha Verde, que centraliza informações relativas a crimes contra o meio ambiente. O programa funciona com base no Núcleo Disque Denúncia do Meio Ambiente. Pelos telefones 2253-1177 (capital) e 0300 253 1177 (Interior), a população pode fazer a denúncia, com a garantia do anonimato.