PF prende quatro acusados de desvio de verbas na prefeitura de Tefé
A Polícia Federal prendeu hoje (20) quatro pessoas acusadas de participação em um esquema de desvio de verbas da prefeitura de Tefé, no Amazonas. A operação Caucana cumpriu ainda seis mandados de condução coercitiva e 14 de busca e apreensão, no município e em Manaus, e bloqueou valores nas contas dos possíveis envolvidos na fraude.
As investigações iniciaram em setembro e mostraram que o dinheiro desviado era destinado a obras do programa Calha Norte, do governo federal, para construção de calçadas e meios-fios. Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado do Amazonas, Rafael Machado, chamou a atenção o fato de a prefeitura de Tefé ter repassado a empresa RBR Construções, selecionda por meio de licitação, 50% do valor do contrato - mais de R$ 500 milhões - com as obras ainda em fase inicial.
“Chamou muito a atenção porque quase a integralidade dos recursos foram sacados e, com o aprofundamento das investigações, nós percebemos que a empresa estava adotando medidas para dificultar as investigações e eventuais fiscalizações de órgãos de controle, alterando os endereços sociais das empresas, destruindo computadores, destruindo documentos”, disse o delegado.
A investigação também verificou que as obras não foram feitas. “O dinheiro foi repassado (pela RBS) para uma empresa de um homem só, que não tem a menor capacidade de construir nada efetivamente. Praticamente nada foi feito. Pelas fotos do local, está tudo do jeito que estava anos atrás, calçadas, meios-fios, sarjetas”, informou o delegado de Defesa Institucional, Felipe Lavareda.
A Polícia Federal informou que as quatro pessoas presas preventivamente estão ligadas às empresas. Os nomes não foram divulgados. As investigações da Operação Caucano vão continuar com a análise do material apreendido para identificar a destinação do dinheiro desviado e outros envolvidos no esquema. A ação foi antecipada pela PF para evitar destruição de provas.
Os acusados podem responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, fraude licitatória e lavagem de dinheiro.
A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura de Tefé. As ligações para o telefone da empresa RBR Construções e Serviços também não foram atendidas.