Torcedores do Chile detidos são levados ao IML antes de audiência de custódia
Os 24 torcedores chilenos que estão detidos no 24º Distrito Policial (DP) da Ponte Rasa, na zona leste da capital paulista, foram levados no início da noite de hoje (6) para o Instituto Médico Legal (IML), onde passarão por exame de corpo de delito. Eles deixaram a delegacia a caminho do IML por volta das 19h em quatro veículos policiais.
Após passar pelo IML, os torcedores serão encaminhados para a carceragem do 63º DP, na Vila Jacuí, uma das poucas delegacias de São Paulo onde ainda há celas. Eles permanecerão presos nessa carceragem pelo menos até amanhã (7) cedo, quando ocorrerá uma audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, agendada para as 9h.
Os torcedores foram detidos após uma confusão na Arena Corinthians na noite de ontem (5), durante o jogo entre o Corinthians e o Universidad de Chile, pela Copa Sul Americana. O Corinthians venceu por 2 a 0. Segundo a Polícia Militar, os torcedores chilenos depredaram o estádio e arremessaram pedaços dos assentos contra policiais e a torcida adversária. No tumulto, informou a PM, os policiais, inclusive da Tropa de Choque, precisaram intervir com uso de cassetetes. Na confusão, 26 torcedores chilenos foram presos, mas dois já foram liberados, entre eles, um jornalista e uma mulher.
Jornalistas, a namorada de um dos detidos e um advogado de uma das torcidas do Corinthians estiveram durante toda a tarde de hoje no 24º DP. A namorada do torcedor preso não quis gravar entrevista, mas mostrou uma fotografia, no celular, em que seu namorado aparece apanhando de cassetete de um policial. Ela disse que o namorado ficou ferido com a confusão, mas passa bem.
Segundo ela, seu namorado não agrediu ninguém e não participou do quebra-quebra na Arena Corinthians, mas acabou preso ao tentar apartar a confusão entre os torcedores do Chile e a polícia.
Cônsul
O cônsul-geral do Chile em São Paulo, Alejandro Sfeir Tonsic, também esteve na delegacia durante a tarde de hoje e deixou o local por volta das 18h. Em breve declaração à imprensa, Tonsic disse que ocorreu “um procedimento normal que tem que ser feito pelos cônsules quando um chileno é detido no exterior e tal procedimento é tradicional e normal”. Ele disse a jornalistas que não poderia dar declarações sobre o caso e que estas informações serão dadas apenas em seu país, pelo órgão responsável.
Na saída da delegacia, um dos torcedores detidos contou que estava no estádio, conversando com a namorada pelo celular, quando ocorreu a confusão. “Eu estava sentado. [Começou a confusão] Fui para onde estavam os policiais. Abri os braços e falei: 'Parem, por favor'. Atrás de mim, me bateram. Não sei quem me bateu. Mas fui ao médico sozinho, sem polícia e sem ninguém e fui pedir ajuda. Os médicos do Corinthians me atenderam. Aí chegaram uns policiais me perguntando: 'O que aconteceu ali? E contigo? Está tudo bem?' e me levaram para um corredor. Falei obrigado a eles. Mas daí fiquei sabendo que estava detido”, relatou.
Os torcedores chilenos vão responder pelos crimes de desacato, dano qualificado e associação criminosa. Dois deles ainda responderão pelos crimes de lesão corporal.