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Justiça determina prisão de ex-professor acusado de desviar R$ 930 mil da USP

Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/12/2017 - 12:00
São Paulo

A 7ª Vara Criminal Federal em São Paulo determinou a prisão preventiva do ex-professor da Universidade de São Paulo, Marcelo Rodrigues de Carvalho. Ele é acusado de desviar R$ 930 mil do Departamento de Zoologia da instituição entre 2012 e 2014. A decisão prevê ainda o acionamento da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e o pedido de extradição de Carvalho, que atualmente vive nos Estados Unidos.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), enquanto era professor da USP e responsável por gerir os recursos disponibilizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ele usou notas fiscais frias para desviar parte do dinheiro.

As fraudes foram descobertas após denúncias de outros pesquisadores, que não eram atendidos nos pedidos de recursos. As suspeitas determinaram a instauração de uma sindicância interna para apurar os fatos.

Compras falsas

Diversos materiais que teriam sido comprados com o dinheiro para pesquisas não foram encontrados. De acordo com o MPF, Carvalho acertava a emissão das notas fiscais falsas para justificar os gastos, mediante o pagamento de comissão de 30% sobre os valores a empresas fornecedoras acusadas de participar do esquema junto com o professor.

Alguns dos materiais constavam das prestações de contas e não eram usados no Departamento de Zoologia, outros apareciam em quantidades injustificáveis, como no caso de dois corantes.

“Tais reagentes são utilizados em procedimentos de microscopia e, assim, a quantidade utilizada desses corantes é da ordem das pitadas, miligramas, de modo que a compra de mais de 23 quilos de vermelho alizarina e 1,3 quilo de azul alcian é um descabimento completo, consideradas as demandas do Departamento de Zoologia”, enfatiza denúncia do MPF.

Em fevereiro último, após a instauração da investigação da própria universidade, Carvalho pediu demissão e foi viver nos Estados Unidos. Ele responde por peculato (apropriação de recursos públicos) e uso de documentos falsos.