Casarão histórico em Campos dos Goytacazes será restaurado

Recurso foi liberado pela MinC e processo está em fase de preparação

Publicado em 01/10/2018 - 16:11 Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil - Brasilia e Rio de Janeiro

O Solar de Santo Antônio, casarão histórico em Campos dos Goytacazes, na região norte fluminense, deve passar por obras emergenciais para recuperação do telhado de estabilização estrutural. Construído na fase áurea do ciclo da cultura do açúcar, o solar de arquitetura colonial foi construído em 1846 e é patrimônio tombado desde 1946.

A verba de R$ 1,5 milhão foi liberada pelo Ministério da Cultura (MinC) na semana passada e o processo encontra-se em fase de preparação técnica no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda sem data para publicar o edital para a licitação de contratação da empresa que será responsável pela obra, segundo informou o Iphan.

A construção é um solar típico, com 14 janelas na fachada principal e acesso por um lance de escadas semicircular que conduz a um pátio frontal cercado com grades de ferro trabalhadas. O local serviu de hospedagem a D. Pedro II em sua primeira visita a Campos dos Goytacazes e atualmente pertence à Associação Mantenedora do Asilo de Nossa Senhora do Carmo, que funciona no terreno e abriga 60 idosos em uma construção irregular ao lado do casarão.

O MinC aprovou a liberação de R$ 1,5 milhão de seu orçamento para execução das obras emergenciais de restauração estrutural do Solar de Santo Antônio.
O MinC aprovou a liberação de R$ 1,5 milhão de seu orçamento para execução das obras emergenciais de restauração estrutural do Solar de Santo Antônio - Iphan/Divulgação Ministério da Cultura

Risco de perda

Segundo o Iphan, o solar está em “estado avançado de degradação” e com “risco de perda iminente” do casarão. Entre os problemas estão estruturas danificadas, lajes comprometidas, presença de mofo, infiltrações, acúmulo de material inutilizado, cupim, poeira e indícios de presença de roedores e insetos que transmitem doenças.

Além disso, o instituto identificou irregularidades como finalidade de uso do imóvel incompatível com o objetivo da construção; placas de propaganda no jardim; e a construção do prédio anexo gerou infiltrações no bem tombado.

A obra só pode começar depois que os idosos forem realocados, pois será necessário um tratamento químico com duração de cerca de 45 dias para eliminar pragas. Em 2014, o Iphan devolveu R$1 milhão que havia sido disponibilizado para o trabalho, que não pôde ser feito na ocasião porque os idosos não foram realocados.

Segundo a prefeitura de Campos dos Goytacazes, a verba foi obtida graças ao trabalho da administração municipal, por meio de emenda parlamentar. A prefeitura informou que está na tratativa para disponibilizar um espaço adequado para o remanejamento, que tenha “conforto, segurança e acessibilidade para os idosos do Asilo Nossa Senhora do Carmo”. Informou também que “trabalha para que esta situação possa ser resolvida o quanto antes”.

A Associação Mantenedora do Asilo de Nossa Senhora do Carmo foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou sobre a questão.

Edição: Fábio Massalli

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