Festival tradicional do bairro da Liberdade será online neste domingo
Por causa da pandemia do novo coronavírus, um dos maiores festivais japoneses de rua do bairro da Liberdade, na capital paulista, será realizado de forma online neste ano.
A 42ª edição do Tanabata Matsuri, mais conhecido como Festival das Estrelas, será realizado amanhã (2) com programação online e também por meio de drive-thru, em que as pessoas não precisarão sair do carro. A festa de rua costumava atrair cerca de 200 mil pessoas ao local, segundo os organizadores.
A programação cultural ocorrerá das 14h às 18h e os tradicionais tanzakus, pedidos que as pessoas escrevem em um papel colorido e amarram em um bambu, também estarão disponíveis online. Com isso, as pessoas poderão escrever seus pedidos por R$ 5, de quaisquer partes do país.
A programação poderá ser acompanhada pelo Youtube (@AcalLiberdade) da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (Acal). Já os pedidos poderão ser feitos até o dia 21 de agosto por meio do site do evento.
Quem preferir, poderá também entregar o seu pedido (tanzakus) e pendurar em um bambu por meio de um serviço drive-thru, que funcionará no bairro das 10h as 17h, com entrada pela rua Fagundes. O serviço, segundo os organizadores, vai obedecer todas as medidas de proteção contra o novo coronavírus, buscando evitar aglomeração.
“Da maneira que realizamos o Tanabata Matsuri há 41 anos, não será possível nesta edição por causa da pandemia. Mas os diretores da Acal não gostariam de passar essa data em branco e optaram por realizar o 42° evento em formato digital. E, se esse vírus veio do Universo, solicitamos para o deus do reino celestial que essa pandemia seja retirada do nosso planeta Terra. Este é o nosso desejo. Quanto mais pessoas escreverem nos tanzakus o mesmo desejo, mais pedidos serão levados ao reino celestial para serem atendidos. Desejamos que tudo volte ao normal”, disse Hirofumi Ikesaki, presidente da associação.
A lenda
Segundo a lenda japonesa, o Tanabata Matsuri - Festival das Estrelas - celebra a história de amor de Orihine (Vega) e Kengyu (Altair). Ela, filha de um poderoso deus do reino celestial, que certo dia, diante de seu tear, viu passar um rapaz (Altair) conduzindo uma ovelha e por ele se apaixonou. O pai consentiu o namoro dos dois jovens.
Totalmente dominados pela paixão, Vega e Altair se descuidaram de seus afazeres normais e o pai, indignado, ordenou que eles vivessem separados, um de cada lado da Via Láctea, permitindo que o casal de namorados se reencontre somente uma vez ao ano, no sétimo dia do sétimo mês, desde que cumpram a ordem de atender aos pedidos vindos da Terra.
Este fenômeno astronômico deu origem à lenda, acreditando-se também que as demais estrelas e corpos celestes do céu, como cometas e estrelas cadentes, formem nesta época uma ponte na Via Láctea, chamada de Ama-no-Gawa, “Rio Celestial”, possibilitando que os apaixonados possam atravessar a galáxia para se reencontrarem.