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Meio Ambiente

Pesquisa estuda a biodiversidade nos ecossistemas de água doce

Estudo foi publicado na revista Science
Agência Brasil
Publicado em 04/10/2020 - 15:56
Brasília
Moradores de comunidades ribeirinhas do arquipélago de Marajó se aproximam do Navio Auxiliar Pará.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um grupo de pesquisadores de seis países realizou um estudo sobre conservação de biodiversidade nos ecossistemas de água doce. Uma das principais conclusões é que o planejamento que integre informações sobre os ambientes terrestres e aquáticos pode até triplicar a efetividade da conservação da biodiversidade nesse tipo de ecossistema. O grupo de pesquisadores inclui professores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), como Cecília Gontijo Leal, que aparece entre os principais autores do trabalho, e coautores de outras instituições do Brasil, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O artigo foi publicado na revista Science, um dos principais periódicos da área. A premissa do estudo foi a constatação de que o planejamento de conservação da biodiversidade costuma mirar somente os ecossistemas terrestres, e não se sabe o quanto as espécies aquáticas estariam sendo beneficiadas com esse planejamento.

De acordo com as pesquisas, a combinação de informações sobre ecossistemas terrestre e aquático pode trazer um aumento de até 600% em benefícios para os ecossistemas de água doce. Sem essa combinação, utilizando apenas dados sobre a vida terrestre, apenas 20% da biodiversidade aquática é preservada.

Os professores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e coautores do artigo Ricardo Solar e Rafael Leitão afirmam que a biologia de conservação também produz subsídios para tomadores de decisão, como gestores públicos, que dispõem de poucos recursos e ferramentas.

“Infelizmente, precisamos ter consciência de que parte do ambiente natural será utilizada por atividades econômicas. O custo de impedir empreendimentos como a implantação de minas ou a construção de hidrelétricas é muito alto. Por essa razão, é ainda mais importante contar com os melhores métodos e informações para recomendar a preservação das áreas prioritárias do ponto de vista ambiental”, disse Rafael.

O trabalho uniu biólogos, matemáticos, geógrafos, engenheiros florestais e outros especialistas de universidades e institutos de pesquisa do Brasil, Reino Unido, Suécia, Suíça, Estados Unidos e Austrália. 

O artigo, em inglês, pode ser acessado na página da Science.

Matéria alterada às 17h52 do dia 07/10/2020 para acréscimo de informações. Foi incluído o dado de que o estudo teve a participação da pesquisadora Cecília Gontijo Leal, doutora pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e uma das principais autoras do trabalho.