Anistia denuncia impunidade de crimes de guerra na República Centro-Africana

Publicado em 11/12/2014 - 06:16 Por Da Agência Lusa - Nairobi

A Anistia Internacional (AI) denunciou hoje (11) a impunidade dos crimes de guerra na República Centro-Africana, uma situação que estimula a violência e o medo que atingem o país desde o fim do ano passado.

No relatório República Centro-Africana: A Impunidade Alimenta a Violência, publicado nesta quinta-feira, a AI registra a violência no país e critica o fracasso das Nações Unidas e das autoridades nacionais para investigar de forma eficaz esses crimes.

"A ONU [Organização das Nações Unidas] e as autoridades da República Centro-Africana devem atuar com urgência para garantir que todos os suspeitos de crimes de direito internacional, incluindo os crimes de guerra e contra a humanidade, sejam investigados", disse o subdiretor regional da Anistia, Steve Cockburn, em nota.

A organização detalha como alguns líderes, membros das forças seleka, de maioria muçulmana, e os Anti-Balaka cristãos continuam cometendo atrocidades e desafiando a lei.

"Ao não exigir responsabilidade aos envolvidos em assassinatos de civis, na utilização de crianças-soldado e na queima de aldeias, permitem-nos andar livremente e continuar a aterrorizar a população sem receio de repercussões", criticou Cockburn.

Entre esses líderes, a AI indica o ex-ministro do Governo e coordenador dos Anti-Balaka, Patrice Edouard Ngaïssona, que foi libertado pouco depois de ter sido detido em abril, acusado de "crimes contra a humanidade e incitação ao genocídio".

A organização pediu às autoridades do país e à ONU que abram uma investigação sobre todos os suspeitos e sugere um tribunal híbrido, que integre juízes nacionais e internacionais.

Edição: Talita Cavalcante

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