Rússia veta texto que considera genocídio assassinatos em cidade sérvia
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vetou hoje (8) resolução que reconhecia o assassinato de mais de 8 mil homens e meninos em Srebrenica, em 1995, como genocídio. Srebrenica é uma cidade da República Sérvia, no Leste da Bósnia Herzegovina. O voto contrário foi dado pela Rússia, que, como membro permanente do conselho, tem poder de veto. Além disso, quatro países se abstiveram na votação: China, outro membro permanente, Nigéria, Angola e Venezuela.
O massacre ocorreu após a conquista do enclave pelas forças sérvias, na fase final do conflito na Bósnia Herzegovina, em 11 de julho de 1995.
O vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, disse que uma das maiores missões da instituição é a prevenção do genocídio. Em discurso no Conselho de Segurança, antes da votação, Eliasson afirmou que o "genocídio em Srebrenica foi um dos capítulos mais negros da história recente".
Ele disse que as Nações Unidas reconheceram a responsabilidade pelo fracasso na proteção das pessoas que buscaram abrigo e refúgio na época.
O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, considerou a resolução “não construtiva, conflituosa e politicamente motivada” e argumentou que a medida é injusta porque relaciona apenas os sérvios bósnios com a prática de crimes de guerra durante o conflito (1992-1995).
Em Belgrado, o presidente da Sérvia, Tomislav Nikolic, definiu a decisão russa como “um grande dia para a Sérvia”, por se opor à “estigmatização de todo o povo sérvio”.
“O projeto que debatemos não vai favorecer a paz nos Bálcãs mas antes reavivar as tensões”, declarou o representante russo durante a reunião do Conselho de Segurança, que se iniciou com 1 minuto de silêncio em memórias das vítimas.
“Ocorreu um genocídio em Srebrenica. É um fato, não um julgamento. Sobre isso, não existe compromisso”, reagiu o embaixador adjunto britânico, Peter Wilson, que acusou a Rússia de se manter “ao lado daqueles que não aceitam os fatos hoje”.
*Com informações da Rádio ONU e da Agência Lusa