Relator da ONU critica violação de direitos humanos de palestinos em Israel
O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinos, que pediu demissão recentemente, criticou hoje (21) Israel pela falta de processos contra quem viola os direitos dos palestinos.
Makarim Wibisono, que assumiu o cargo em junho de 2014, apresentou o último relatório ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU. Em janeiro passado, Wibisono anunciou sua demissão do cargo, devido ao fato de Israel nunca tê-lo autorizou a entrar em territórios palestinos.
Wibisono sucedeu ao norte-americano Richard Falk, que Israel também não autorizou a entrar nos territórios palestinianos.
"Esta falta de cooperação parece infelizmente assinalar a continuidade de uma situação na qual os palestinos sofrem diariamente violações dos direitos humanos, sob a ocupação israelense", declarou Wibisono, denunciando perante o Conselho a falta de procedimentos legais contra autores e responsáveis por estas violações.
O representante israelense, embaixador Eviatar Manor, que acusou repetidamente o Conselho dos Direitos Humanos e o relator de parcialidade, não estava presente na sala durante o debate.
Manor justificou sua ausência em comunicado: "enquanto o Conselho não se submeter a uma terapia comportamental para tratar a obsessão em relação a Israel, não iremos cooperar com mecanismos parciais".
O representante da União Europeia, o diplomata dinamarquês Peter Soerensen, lamentou que Israel não tenha autorizado a visita de Wibisono aos territórios palestinos e criticou o mandato do relator por ter se "limitado a investigar as violações de Israel".
Israel, Jerusalém e os territórios palestinos são palco de uma nova onda de violência. Pelo menos 200 palestinos, 28 israelenses, dois norte-americanos, um eritreu e um sudanês morreram desde 1º de outubro do ano passado, de acordo com dados da agência de notícias France Presse (AFP).
A maioria dos palestinos mortos foi autor de ataques contra israelenses. Esses ataques vem ocorrendo quase diariamente ao longo dos últimos cinco meses.